Panorama de 360º com as constelações sobrepostas ao céu noturno.

 

Signos zodiacais

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Os Signos do Zodíaco ou Signos Zodiacais têm sua origem nas doze constelações do zodíaco visíveis na Eclíptica, que também é conhecida como o Cinturão Zodiacal ou Via Solis, ‘Caminho do Sol’.

Há cerca de dois mil anos , quando o grego Cláudio Ptolomeu sistematizou todo o conhecimento recolhido à tradição astrológica dos povos com quem os gregos mantiveram contato, o equinócio vernal – marca do início da primavera no hemisfério norte – era assinalado pelo “ingresso” do Sol na constelação de Áries. Na verdade, tratava-se do fato de que, da Terra, o Sol era visto tendo a constelação de Áries “ao fundo”.

Como este fato marcava o retorno da vegetação e do calor após os meses de inverno, o momento em que a vida irrompia do solo e o início de um novo ciclo, Áries foi considerado o primeiro signo zodiacal e as constelações seguintes passaram a nomear os signos em seqüência.

Aqui faz-se necessário um esclarecimento. Por uma questão prática e estética, adotou-se a idéia do círculo (360º) para a representação do céu. Este círculo também representava o caminho do Sol através das constelações/signos. A cada signo corresponderiam trinta graus em doze parcelas correspondentes. Esta representação veio a ser considerada um ‘zodíaco intelectual’, já que simplificava propositalmente a representação elíptica da órbita dos planetas. Importa saber que, nestes tempos, ainda se acreditava que a Terra era o centro do universo. A Astrologia e a Astronomia, até então consideradas ciências complementares, baseavam-se na visão geocêntrica.

Com o passar do tempo, notou-se que um fenômeno “celeste” fazia com que o ponto equinocial de primavera retrocedesse à constelação anterior, neste caso, Peixes. Este fenômeno veio a ser chamado de Precessão Equinocial. A partir desta constatação, a Astrologia, que se mantinha fiel à forma geocêntrica de representar as posições signo/planeta e à representação destas posições dentro dos 360ºgraus do cículo, passou a ser violentamente desacreditada e combatida.Entretanto, objeto de estudo e prática de inúmeros cientistas de todas as épocas, a Astrologia seguiu atraindo adeptos e solidificando seus princípios e técnicas.

Este artigo foi escrito da perspectiva da Astrologia Tropical, uma vez que se estuda a influência dos signos e das posições planetárias recebidas por tudo e todos que se encontram na Terra.

Os signos representam formas de comportamento primordiais e simples, características que podem ser percebidas com facilidade, se nos dermos ao trabalho de verificá-las. O signo de Áries, por exemplo, pode ser percebido em indivíduos muito enérgicos, irrequietos, cheios de iniciativa e destemor. Podem ser impacientes, e tendem a dizer o que pensam sem medir as conseqüências. As situações e/ou atividades onde estas características sejam necessárias, certamente estão sobre a influência deste signo. Outro fator importante na percepção da influência dos signos zodiacais é o efeito que neles produz a passagem (trânsito) dos planetas do nosso sistema. Os estudiosos atribuíram um planeta a cada signo, cuja influência guardava forte analogia com o assunto de cada signo. Estes planetas vieram a ser chamados “planetas regentes”.

Como, na Antiguidade, o método mais utilizado para a observação da movimentação planetária era olhar para o céu, apenas cinco planetas eram visíveis. Eram eles: Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno. O Sol e a Lua eram chamados luminares, e contavam entre os planetas, quanto à distribuição de regentes por signo. Desta forma, o Sol e a Lua foram atribuídos aos signos de Leão e de Câncer, respectivamente. Aos cinco planetas foi atribuída uma regência dupla. Vênus, por exemplo, rege a Touro e a Libra. No primeiro, estimularia a sensualidade e a exploração dos sentidos, o desejo pela matéria de boa qualidade, pela opulência das formas, a doçura, quando em ambientes calmos. No segundo, o desejo pela harmonia, pelo equilíbrio estético, a cortesia, a beleza e o charme, o desejo de seduzir pela graça.

Note-se que o termo ‘planeta’ desde o princípio correspondia a um corpo luminoso, que era visto no céu a “cruzar” uma determinada constelação/signo. Este nome tem origem grega e vem do adjetivo ‘planétes’ ‘errante, vagabundo’, significando qualquer corpo celeste que, em relação à eclíptica, apresentava órbita irregular, dada a sofrer alterações de direção e ritmo. O movimento do Sol e o da Lua jamais se alteram.

O signo solar

O signo solar é aquele no qual o Sol é visto por ocasião do nascimento ou do início de uma pessoa ou atividade. Quem afirma “Sou de Capricórnio!”, p.ex., nos informa que nasceu em algum momento do período em que o Sol cruza este signo. O signo solar nos informa das qualidades e defeitos que precisaremos desenvolver ou minimizar durante a nossa vida. Refere-se a potenciais dos quais devemos nos conscientizar, uma vez que o Sol simboliza o princípio vital, doador de vida, assim como a consciência em estado primordial. Entretanto, para uma orientação mais aprofundada e útil, deve-se procurar estudar o mapa natal onde, da interação do conjunto dos doze signos, dos planetas e luminares, um astrólogo competente levantará significados que poderão inspirar a nossa inteligência, sugerir caminhos e escolhas adequadas para o momento.

 

  Planetas Regentes e os Signos

  • Sol: Leão;

Sol Invictus

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Deus Sol Invictus. Disco de prata romano do Século III D.C., encontrado em Pessino, atual Turquia (exposto no museu britânico).

Sol Invictus ("Sol Invicto", em latim), também conhecido pelo nome completo, Deus Sol Invictus ("Deus Sol Invicto"), era um título relígioso que foi aplicado a três divindades distintas durante o Império Romano tardio.

Ao contrário de outros, como o culto agrário do Sol Indiges ("Sol na Terra"), o título Deus Sol Invictus foi formado por analogia ao título imperial pius felix invictus ("pio, feliz, invicto").

O título foi introduzido pelo imperador romano Heliogabalo, durante a sua tentativa abortada de impor o deus Elagabalo Sol Invicto, o deus-sol da sua cidade natal Emesa na Síria. Com a morte do imperador em 222 d.C., contudo, o seu culto esvaneceu-se.

Em segundo instante, o título invictus ("invicto") foi aplicado a Mitra em inscrições de devotos. Também, aparece aplicado a Marte.

Finalmente, o imperador Aureliano introduziu um culto oficial do Sol Invicto em 270 d.C., fazendo do Deus Sol a primeira divindade do império. Contudo, não oficialmente identificado com Mitra, o Sol de Aureliano tem muitas características próprias do Mitraísmo, incluindo a representação iconográfica do jovem deus imberbe. O culto do Sol Invicto continuou a ser base do paganismo oficial até ao triunfo da cristandade — antes da sua conversão, até o jovem imperador Constantino I tinha o Sol Invicto como a sua cunhagem oficial

 

 

  • Lua: Caranguejo (Câncer).
 

 
 
Selene, Hesperos, Phosphoros (Louvre, Paris)

Selene, a deusa grega da lua, era filha dos titãs Hipérion e Téia, tendo como irmãos, a deusa Eos e o deus Hélios.

Um de seus melhores mitos sabidos envolve um simples, mas belo pastor, cujo nome era Endymion. A deusa da lua se apaixonou por este mortal, um caso que, consequentemente resultou no nascimento de cinquenta filhas. Mas Endymion, como ser humano, era suscetível ao envelhecimento e eventualmente à morte. Selene não podia carregar o pensamento deste fato cruel. Então, assegurando que Endymion permanecesse eternamente jovem, fez com que o belo jovem dormisse para sempre. Desta maneira, Endymion viveria sempre, dormindo com a mesma aparente idade.

Selene é muito associada à Artemis, ou Hécate, mas vale lembrar, que esta deusa representa todas as fases da Lua, e é a pura personificaçao deste astro sendo seu nome romano Lua ou Luna.

Tradicionalmente ela é celebrada no dia 7 de fevereiro.

 

  • Mercúrio: Gémeos (Gêmeos) e Virgem

 

Mercúrio (mitologia)

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Mercúrio, do escultor flamengo do século XVII Artus Quellinus, identificado por seu chapéu, bolsa fechada por um fio, caduceu, sandálias aladas, galo e bode (Amsterdam Town Hall, hoje Royal Palace)

Na mitologia romana, Mercúrio (associado ao deus Grego Hermes) era um mensageiro e deus da venda, lucro e comércio, o filho de Maia Maiestas, também conhecida como Ops, a versão romana de Reia, e Júpiter. Seu nome é relacionado à palavra latina merx ("mercadoria"; comparado a mercador, comércio etc). Em suas formas mais antigas, ele aparenta ter sido relacionado ao deus Etrusco Turms, mas a maior parte de suas características e mitologia são emprestadas do deus Grego, Hermes.

Mercúrio era o deus romano encarregado de levar as mensagens de Júpiter. Era filho de Júpiter e de Bona Dea e nasceu em Cilene, monte de Arcádia. Os seus atributos incluem uma bolsa, umas sandálias e um capacete com asas, uma varinha de condão e o caduceu. Quando Proserpina foi raptada, tentou resgatá-la dos infernos sem muito sucesso. Era o deus da eloquência, do comércio, dos viajantes e dos ladrões, a personificação da inteligência. Correspondia ao Hermes grego, protetor dos rebanhos, dos viajantes e comerciantes: muito rápido, era o mensageiro. O planeta Mercúrio provavelmente recebeu este nome porque se move rapidamente no céu.

Mercúrio influenciou o nome de uma série de coisas em vários campos da ciência, tais como o planeta Mercúrio e o elemento mercúrio. A palavra mercurial é geralmente usada para se referir a algo ou alguém errático, volátil ou instável, derivado da rapidez dos vôos de Mercúrio de um lugar a outro. O termo vem da astrologia e descreve o comportamento esperado de alguém sob a influêcia do planeta Mercúrio.

  Adoração

Mercúrio não aparece entre os numinosos di indigetes da antiga religião romana. Especialmente, ele incluía o antigo Dei Lucrii quando a religião romana foi sincretizada com a religião grega durante o tempo da República Romana, iniciando-se pelo século IV a.C.. No princípio, Mercúrio tinha essencialmente os mesmos aspectos que Hermes, vestindo os sapatos alados talaria e uma petasos alada, e carregando um caduceu, uma baqueta heráldica com duas cobras entrelaçadas que foi o presente de Apolo a Hermes. Ele era frequentemente acompanhado de um galo jovem, mensageiro do novo dia, de um carneiro ou bode, simbolizando fertilidade, e de uma tartaruga, referindo-se à legendária invenção de Mercúrio da lira a partir do casco de uma tartaruga. Como Hermes, ele foi também um mensageiro dos deuses e um deus de mercantilismo, particularmente do mercado de grãos. Mercúrio também foi considerado um deus de abundância e sucesso comercial, particulamente na Gália. Ele foi também, como Hermes, o psicopompo romano, conduzindo almas recém falecidas à vida após a morte. Adicionalmente, Ovídio escreveu que Mercúrio carregou os sonhos de Morfeu do vale dos de Somnus aos humanos dormentes.

O templo de Mercúrio no Circo Máximo, entre os montes Aventino e Palatino, foi construído em 495 a.C.. Esse era um local adequado para adorar um deus rápido do comércio e viagem, já que ele era um grande centro de comércio assim como uma pista de corrida. Já que ele ficava entre a fortaleza dos plebeus no Aventino e o centro patrício no Palatino, isso também enfatizava Mercúrio como um mediador.

Pelo fato de Mercúrio não ser uma das divindades antigas sobrevivendo no Império Romano, a ele não foi atribuído um flamen (“sacerdote”), mas ele tinha uma festividade maior em 15 de maio, a Mercuralia. Durante a Mercuralia, os mercadores aspergiam em suas cabeças a água da sua fonte sagrada próxima a Porta Capena.

  Sincretismo

Quando eles descreveram os deuses das tribos Celtas e Germânicas, ao invés de considerá-las deidades separadas, os Romanos as interpretaram como manifetações locais ou aspectos de seus próprios deuses, um traço cultural chamado interpretatio romana. Mercúrio em particular foi reportado como se tornando extremamente popular entre as nações que o Império Romano conquistou; Júlio César escreveu de Mercúrio sendo o Deus mais popular na Britânia e na Gália, considerado como o inventor de todas as artes. Isso é provavelmente porque no sincretismo romano, Mercúrio foi igualado ao deus celta Lugus, e neste aspecto foi comumente acompanhado pela deusa celta Rosmerta. Apesar de que Lugus pode ter sido originalmente uma deidade de luz ou o sol (pesar de que isso é contestado), similar ao Apolo Romano, sua importância como um deus de troca e comércio o fizeram mais comparável com Mercúrio, e Apolo foi ao invés disso igualado com a deidade Céltica Belenus.

Os Romanos associaram Mercúrio com o deus germánico Wotan, por interpretatio romana; O escritor do primeiro século Tacitus identifica os dois como o mesmo, e o descreve como o deus chefe dos povos Germânicos. Júlio César, numa seção de sua Guerras Gálicas, descrevendo os costumes das tribos Germânicas, escreveu "Os Germânicos adoram principalmente Mercúrio", aparentemente identificando Wotan com Mercúrio.

Em áreas célticas, Mercúrio foi às vezes retratado com três cabeças ou faces, e em Tongeren, Bélgica, uma estatueta de Mercúrio com três falos foi encontrada, com os dois extras sobressaindo de sua cabeça e substituindo seu nariz; isto foi provavelmente porque número três era considerado mágico, fazendo de tais estátuas encantos de boa sorte e fertilidade. Os Romanos também faziam extenso uso de pequenas estátuas de Mercúrio, provavelmente pegando emprestado da tradição da Grécia antiga e mercadores de Hermae

 

Vénus (Vênus): Touro e Balança (Libra);

 

Vênus (mitologia)

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O Nascimento de Vênus (recorte), de Bouguereau

Vênus (português brasileiro) ou Vénus (português europeu) (AO 1990: Vênus ou Vénus)[1] é a deusa do panteão (ou panteon) romano, equivalente a Afrodite no panteão grego, cujo nome vem acompanhado, por vezes, de epítetos como "Citereia" já que, quando do nascimento, teria passado por Citera, onde era adorada sob este nome. É a deusa do Amor e da Beleza, tendo sido assimilada à Vênus romana, uma deusa local do mercado[2].

O mito do nascimento conta que surgiu de dentro de uma concha de madrepérola, tendo sido gerada pelas espumas (aphros, em grego). Em outra versão, é filha de Júpiter e Dione. Era considerada esposa de Vulcano, o deus manco, mas mantinha uma relação adúltera com Marte.

Vênus foi uma das divindades mais veneradas entre os antigos, sobretudo na cidade de Pafos, onde o templo era admirável. Tinha um olhar vago, e cultuava-se o zanago dos olhos como ideal da beleza feminina. Possuía um carro puxado por cisnes.

Vénus possui muitas formas de representação artística, desde a clássica (greco-romana) até às modernas, passando pela renascentista. É de uma anatomia divinal, daí ser considerada pelos antigos gregos e romanos como a deusa do erotismo, da beleza e do amor.

Os romanos consideravam-se descendentes da deusa pelo lado de Eneias, o fundador mítico da raça romana, que era filho de Vénus com o mortal Anquises.

Na epopeia Os Lusíadas, Luís de Camões apresenta a deusa como a principal apoiante dos heróis portugueses.

[editar] Representações de Vênus

 

  • Terra: Touro

Gaia gera sozinha Urano, Ponto e as Óreas (as montanhas).[1] Ela gerou Urano, seu igual, com o desejo de ter alguém que a cobrisse completamente, e para que houvesse um lar eterno para os deuses "bem-aventurados".[1]

Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Téia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe e a amada Tétis; por fim nasceu Cronos, o mais novo e mais terrível dos seus filhos, que odiava a luxúria do seu pai.[2]

Após, Urano e Gaia geraram os Ciclopes e os Hecatônquiros (Gigantes de Cem Mãos). Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o poder de filhos tão grandes e poderosos e os encerrou novamente no útero de Gaia. Ela, que gemia com dores atrozes sem poder parir, chamou seus filhos Titãs e pediu auxílio para libertar os irmãos e se vingar do pai. Somente Cronos aceitou. Gaia então tirou do peito o aço e fez a foice dentada. Colocou-a na mão de Cronos e os escondeu, para que, quando viesse Urano, durante a noite não percebesse sua presença. Ao descer, Urano, para se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido por Cronos, que atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. Cronos lançou os testículos de Urano ao mar, mas algumas gotas caíram sobre a terra, fecundando-a. Do sangue de Urano derramado sobre Gaia, nasceram os Gigantes, as Erínias as Melíades e Afrodite.

Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas vendo o quanto eram poderosos, também os temia e os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerância do filho, tramou uma nova vingança.

Gaia de Anselm Feuerbach (1875).

Quando Cronos se casou com Réia e passou a reger todo o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Réia a salvar o filho que viria a ser Zeus. Réia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma pedra, e escondeu seu filho em uma caverna.

Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos lados chegava ao triunfo. Gaia então foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os três Ciclopes e os três Hecatônquiros.

Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Todavia, Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus.

Num primeiro momento, ela pariu os incontáveis Andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os órgãos genitais femininos e masculinos. Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a inteção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, ele e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim feito, Zeus venceu.

Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélios, Selene, Eos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente.

Como última alternativa, enviou seu filho mais novo e o mais horrendo, Tifão para dar cabo dos deuses e seus aliados, mas os deuses se uniram contra a terrivel criatura e depois de uma terrivel e sangrenta batalha, eles conseguem vencer o último filho de Gaia.

Enfim, Gaia cedeu e acordou com Zeus que jamais voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma, ela foi recebida como uma deusa Olímpica[3]

 

  • Marte: Carneiro (Áries); Co-Regente: Escorpião

 

Marte (mitologia)

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Marte e Venus, por Sandro Botticelli

Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares.

Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, junto das muralhas de Tróia, cada um dos quais defendendo um dos exércitos. Marte, protector dos troianos, acabou derrotado.

Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vênus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia. Na verdade tratava-se de uma relação adúltera, uma vez que a deusa era esposa de Vulcano, que arranjou um estratagema para os descobrir e prender numa rede enquanto estavam juntos na cama.

O povo romano considerava-se descendente daquele deus porque Rómulo era filho de Reia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte.

Assim como Marte é o deus romano da guerra, bem como seu correspondente Ares na mitologia grega. Há também Cariocecus ou Mars Cariocecus que é o deus lusitano da guerra. O planeta Marte provavelmente recebeu este nome devido à sua cor vermelha, que por ser a cor do sangue era associado à violência e não ao amor, como foi traduzido na cultura popular com associação às rosas.

[editar] Galeria de fotos

 

 

  • Júpiter: Sagitário; Co-Regente: Peixes

 

Júpiter (mitologia)

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Júpiter (em latim, Iuppiter) era o deus romano do dia, comummente identificado com o deus grego Zeus. Também era chamado de Jove (Jovis). Na mitologia romana Júpiter é o pai do deus Marte. Assim, Júpiter é o avô de Rómulo e Remo, os lendários fundadores de Roma. Júpiter é filho de Saturno e Cíbele.

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[editar] Identificação com Zeus

A identificação entre Júpiter e Zeus não é tão simples quanto vários livros de mitologia sugerem.

Cícero, por exemplo, identificou três deuses de nome "Júpiter"[1]:

  • Júpiter 1, filho do Éter, pai de Diana 1, Líber, Prosérpina, Hélio 1, e os Anaces: Tritopatreus, Eubuleus, e Dionísio 1
  • Júpiter 2, filho do Céu, pai de Minerva 4 e das Musas
  • Júpiter 3, filho de Saturno, pai de Minerva 3, das Nove Musas, dos Dioscuri (Castor e Pólux), e de Mercúrio 3, Apolo 3, Diana 2, Vulcano 3, Dionísio 4 e Vênus 3

O Júpiter associado à ilha de Creta é o terceiro[2].

[editar] Nascimento

Os fados tinham comunicado ao seu pai, Saturno, que ele havia de ser afastado do trono por um filho que nascesse dele. Para evitar a concretização da ameaça do destino, Saturno devorava os filhos que mal acabavam de nascer. Quando Júpiter nasceu, a mãe, cansada de ver assim desaparecer todos os filhos, entregou a Saturno uma pedra, que o deus engoliu sem se dar conta do logro.

Sua mãe então o entregou às ninfas da floresta em que o havia parido.[3]

Criado longe, na ilha de Creta, para não ter o mesmo destino cruel dos irmãos, ali cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando esta cabra morreu, Júpiter usou a sua pele para fazer uma armadura que ficou conhecida por Égide.

[editar] Rebelião

Quando chegou à idade adulta enfrentou o pai e, com a ajuda de uma droga, obrigou-o a vomitar todos os filhos que tinha devorado. Após libertar os irmãos do ventre paterno, empreendeu uma revolta (titanomaquia). Saturno procurou seus irmãos para fazer frente ao jovem deus rebelde que, com seus irmãos, reuniram-se no Olimpo. Casou-se com Juno, sua irmã e filha preferida de Cibele.[4]

[editar] Filhos

Júpiter teve muitos filhos, tanto de deusas como de mulheres. Marte, Minerva e Vênus são seus filhos divinos, entre outros. Quando se apaixonava por mortais, Júpiter assumia diversas formas para se poder aproximar delas.

Baco era seu filho e da mortal Sémele. A jovem durante a gravidez insistiu que queria ver o pai do seu filho, em toda a glória. Júpiter tentou dissuadi-la, mas sem êxito. Quando o rei dos deuses se apresentou abertamente à sua amante, esta caiu fulminada. Júpiter tomou então o feto e colocou-o na sua barriga da perna, onde terminou a gestação.

Para conquistar a Princesa Europa, transformou-se em touro branco. A jovem aproximou-se e Júpiter mostrou-se meigo. Quando Europa montou sobre o seu dorso, ele elevou-se nos ares e levou a princesa para a ilha de Creta, onde se uniu a ela. Dessa união nasceram Minos, Radamante e Sarpédon.

Noutra altura apaixonou-se por Alcmena, esposa de Anfitrião. Para a conquistar, assumiu a forma do próprio marido e contou com a ajuda de Mercúrio, que tomou a forma do criado Sósia. Dessa união nasceu o semideus Hércules.

 

 

  • Saturno: Capricórnio

Saturno (mitologia)

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Saturno, gravura do século XVI de Caravaggio.

Saturno (do latim Saturnus) é um deus romano do tempo equivalente ao grego Cronos. Era um dos titãs, filho do Céu e da Terra. Com uma foice dada por sua mãe mutilou o pai, Urano, tomando o poder entre os deuses.

Expulso do céu por seu filho Júpiter (Zeus), refugiou-se no Lácio. Lá exerceu a soberania e fez reinar a idade do ouro, cheia de paz e abundância, tendo ensinado aos homens a agricultura. Em Lácio, criou uma família e uma conduta novas, vindo a ser pai de Pico.[carece de fontes?]

Os romanos que, segundo outras tradições, atribuem a origem de Roma a Saturno, construíram-lhe um templo e um altar à entrada do Fórum, no Capitólio. Atribui-se ainda a Saturno a criação de divindades como Juno ou Hércules e de heróis como Rómulo. O sábado é o dia consagrado a Saturno.

O Saturno itálico é representado nas moedas como nas pinturas de Pompeia - testemunho ambivalente da sua actividade agrária e da sua identificação com o castrador Cronos - com a serpente na mão. Um baixo-relevo do museu do Capitólio, réplica de um modelo grego, apresenta-o como Cronos, sentado no trono, recebendo das mãos de sua mulher (por vezes chamada Opes nos textos latinos) a pedra envolvida em panos que ele confundiu com Júpiter recém-nascido.

O Saturno africano é um homem de barba curta, penteado com calátides. Mas o deus chega a figurar, na mesma estela, com três aspectos distintos: deus barbudo com a foice, jovem deus solar com a cabeça ornada de raios e jovem deus lunar coroado com o crescente.

[editar] Saturnais

Os romanos, com receio que o deus abandonasse o seu lugar (na República depositava-se no seu templo o tesouro do Estado), prenderam a sua estátua com faixas de e não a libertavam senão quando se realizavam as Saturnais. Com efeito, estas festas populares, celebradas anualmente por volta do solstício de inverno,daí a ligação de saturno à capricórnio na astrologia pretendiam ressuscitar por um certo tempo a época maravilhosa em que os homens tinham vivido sem contrariedades, sem distinções sociais, numa paz inviolada. Era uma semana de repouso livre e feliz, durante a qual todas as actividades profissionais eram suspensas - até as campanhas militares eram interrompidas - e se realizavam inúmeros banquetes, onde os cidadãos substituíam a toga pela túnica e serviam os seus escravos que, desobrigados das suas funções habituais, falavam sem papas na língua.

Estas festividades desembocavam, inevitavelmente, em grandes orgias. O culto de Saturno não se propagou com a mesma amplitude em todo o mundo romano, tendo sido objecto de um fervor excepcional junto das populações da África. "Dominus Saturnus" representa para estas o deus fertilizador da terra e, igualmente, o sol, assim como a lua. Espécie de divindade suprema do céu, instalada muitas vezes em substituição dos deuses fenícios, o Saturno africano foi, como Moloque, apreciador de vítimas humanas. Estas práticas cessaram sob o Império Romano e foram substituídas por libações e por sacrifícios de touros e de carneiros.

  • Urano: Aquário;

Urano (mitologia)

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Urano (em grego antigo Ουρανός, translit.: Ouranos, ‘céu’, ‘firmamento’, latinizado como Uranus) era uma divindade da mitologia grega que personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra) e casou-se com sua irmã. Ambos foram ancestrais da maioria dos deuses gregos, mas nenhum culto dirigido diretamente a Urano sobreviveu até a época clássica,[1] e o deus não aparece entre os temas comuns da cerâmica grega antiga. Não obstante, a Terra, o Céu e Estige podiam unir-se em uma solene invocação na épica homérica.[2]

Urano teve vários filhos (e irmãs), entre os quais os Titãs, os Ciclopes e os Hecatônquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços). Odiava seus filhos e por isso mantinha todos presos no interior de Gaia, a Terra. Esta então instigou seus filhos a se revoltarem contra o pai. Cronos, o mais jovem, assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, castrou seu pai e jogou seus testículos ao mar. Formou-se uma espuma, da qual brotou Afrodite, a deusa do amor. Do sangue de Urano que caiu sobre a terra, nasceram os Gigantes, as Erínias e as Melíades.

A maioria dos gregos considerava Urano como um deus primordial (protogenos) e não lhe atribuía filiação. Cícero afirma, em De Natura Deorum ("Da Natureza dos Deuses"), que ele descendia dos antigos deuses Éter e Hemera, o Ar e o Dia. Segundo os hinos órficos, Urano era filho da noite, Nix.

Seu equivalente na mitologia romana é Caelus ou Coelus - do qual provém caelum (coelum), a palavra latina para "céu".

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[editar] Mito de criação

Segundo o mito da criação do Olimpo, relatado por Hesíodo na Teogonia, Urano veio todas as noites cobrir a Terra (Gaia), mas ele odiava as crianças geradas.

Hesíodo refere, como descendentes de Urano, os Titãs, seis filhos e seis filhas, os Cem braços e os gigantes com um só olho, os Ciclopes.

Urano aprisionou os filhos mais novos de Gaia no Tártaro, nas entranhas da Terra, causando grande dor a Gaia. Ela forjou uma foice e pediu aos filhos para castrarem Urano. Apenas Cronus, o mais jovem dos Titãs, concordou. Ele emboscou seu pai, castrou-o e lançou os testículos cortados ao mar.

Do sangue derramado de Urano sobre a Terra nasceram os Gigantes, as três Erínias, as Melíades, e segundo alguns, os Telquines.

A partir dos testículos lançados ao mar nasceu Afrodite. Alguns dizem que a foice ensanguentada foi enterrada na terra e daí nasceu a fabulosa tribo dos Feácios.

Depois de Urano ter sido deposto, Cronus re-aprisionou os Hecatônquiros e os Ciclopes no Tártaro. Urano e Gaia profetizaram que Cronus, por sua vez, estava destinado a ser derrubado por seu próprio filho, e assim o Titã tentou evitar essa fatalidade devorando os seus filhos. Zeus, graças a artimanhas de sua mãe Reia, conseguiu evitar este destino.

Estes antigos mitos de origens distantes não constam em cultos na Hellenos (Kerenyi, p. 20). O papel de Urano é o de um deus derrotado de um tempo anterior ao tempo real.

Depois da sua castração, o céu não veio mais para cobrir a Terra à noite, cigindo-se ao seu lugar, e "a geração original chegou ao fim" (Kerenyi). Urano foi raramente considerado como antropomórfico, à parte a genitália do mito da castração. Ele era simplesmente o céu, o qual foi concebido pelos antigos como uma grande cúpula ou teto de bronze, sustentada (ou mantida a girar num eixo) pelo Titã Atlas. Em expressões arcaicas, nos poemas homéricos, ouranos às vezes é uma alternativa a Olimpo, como a casa dos deuses. Uma ocorrência óbvia seria o momento, no final da Ilíada I, quando Tétis sobe do mar para pleitear com Zeus: "e logo pela manhã, ela elevou-se para saudar Ouranos-e-Olimpo e ela encontrou o filho de Cronos…"

"'Olimpo' é utilizado quase sempre como casa, mas ouranos muitas vezes refere-se ao céu natural acima de nós, sem qualquer sugestão de deuses vivendo lá," William Sale comentou;[3]

Sale concluiu que a primeira sede dos deuses era o atual Monte Olimpo, tendo a tradição épica no tempo de Homero mudado a sua residência para o céu, ouranos.

Pelo sexto século, quando a "Afrodite celestial" estava a ser distinguida da "Afrodite comum do povo", ouranos significava apenas a própria esfera celeste.

[editar] Cônjuges e filhos

A castração de Urano: afresco por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi, c. 1560 (Sala di Cosimo I, Palazzo Vecchio).
 

Toda a descendência de Urano originou-se de sua união com Gaia, exceto Afrodite, nascida quando Cronos o castrou e arremessou os genitais mutilados ao mar (Tálassa).

 

 

Posídon

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 Disambig grey.svg  Na mitologia grega, Posídon (em grego antigo Ποσειδῶν, transl. Poseidōn),[1] também conhecido como Poseidon, Possêidon ou Posidão[2], assumiu o estatuto de deus supremo do mar, conhecido pelos romanos como Netuno [3] possivelmente tendo origem etrusca como Nethuns.[4] Também era conhecido como o deus dos terremotos [5]. Os símbolos associados a Posídon com mais frequência eram o tridente e o golfinho.

A origem de Posídon é cretense,[6] como atesta seu papel no mito do Minotauro. Na civilização minóica era o deus supremo, senhor do raio, atributo de Zeus no panteão grego, daí o acordo da divisão de poderes entre eles, cabendo o mar ao antigo rei dos deuses minóicos.

Índice

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[editar] Nascimento

Posídon era um dos filhos de Cronos e Reia, e, como seus irmãos e irmãs, foi engolido por Cronos ao nascer[7]. A ordem de nascimento de seus irmãos, segundo Pseudo-Apolodoro, é Héstia (a mais velha), seguida de Deméter e Hera, seguidas de Hades e Posídon[7]; o próximo a nascer, Zeus, foi escondido por Reia em Creta[8][9], que deu uma pedra para Cronos comer[9][10]. Higino enumera os filhos de Saturno e Ops como Vesta, Ceres, Juno, Júpiter, Plutão e Netuno[11], ele também relata uma versão alternativa da lenda, em que Saturno encerra Orcus no Tártaro e Netuno em baixo do mar, em vez de comê-los[9].

Primordialmente Zeus terá obrigado seu pai, Cronos, a regurgitar e restabelecer a vida aos filhos que este engoliu, entre eles está Posídon, explicando assim Zeus como o irmão mais novo, pois sua mãe Réia, deu uma pedra em seu lugar.

[editar] Vida inicial

Posídon fora criado entre os Telquines, os demónios de Rodes. Quando atinge a maturidade, apaixonou-se por Hália, uma das irmãs dos Telquines, e desse romance nascem seis filhos e uma filha, de nome Rodo, daí o nome da ilha de Rodes[12].

[editar] Deus

Posídon disputou com Atena para decidir qual dos dois seria o padroeiro de Atenas.

Segundo Marco Terêncio Varrão, citado por Agostinho de Hipona, as mulheres da Ática tinham o direito ao voto na época do rei Cécrope I. Quando este rei fundou uma cidade, nela brotaram uma oliveira e uma fonte de água. O rei perguntou ao oráculo de Delfos o que isso queria dizer, e resposta foi que a oliveira significava Minerva e a fonte de água Netuno, e que os cidadãos deveriam escolher entre os dois qual seria o nome da cidade. Todos os cidadãos foram convocados a votar, homens e mulheres; os homens votaram em Netuno, as mulheres em Minerva, e Minerva venceu por um voto. Netuno ficou irritado, e atacou a cidade com as ondas. Para apaziguar o deus (que Agostinho chama de demônio), as mulheres de Atenas aceitaram três castigos: que elas perderiam o direito ao voto, que nenhum filho teria o nome da mãe e que ninguém as chamaria de atenienses.[13]

Na Ilíada, Posídon aparece-nos como o deus supremo dos mares, comandando não apenas as ondas, correntes e marés, mas também as tempestades marinhas e costeiras, provocando nascentes e desmoronamentos costeiros com o seu tridente. Embora seu poder pareça ter se estendido às nascentes e lagos, os rios, por sua vez, têm as suas próprias deidades, não obstante o facto de que Posídon fosse dono da magnífica ilha de Atlântida.

Geralmente, Posídon usava a água e os terremotos para exercer vingança, mas também podia apresentar um caráter cooperativo. Ele auxiliou bastante os gregos na Guerra de Tróia, mas levou anos se vingando de Odisseu, que havia ferido a cria de um de seus ciclopes.

Posídon, 550–525 a.C. – peça depositada no Louvre

Os navegantes oravam a ele por ventos favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos sacrifícios, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar tempestades, maus ventos e terremotos por capricho.

Considerando que as inúmeras aventuras amorosas de Posídon foram todas frutíferas em descendentes, é de notar que, ao contrário dos descendentes de seu irmão Zeus, os filhos do deus dos mares, tal como os de seu irmão Hades, são quase todos maléficos e de temperamentos violentos. Alguns exemplos: de Teosa nasce o ciclope Polifemo; de Medusa nasce o gigante Crisaor e o cavalo alado, Pégaso; de Amimone nasce Náuplio; com Ifimedia, nascem os irmãos gigantes Oto e Efialtes (os Aloídas), que chegaram mesmo a declarar guerra aos deuses. Por sua vez, os filhos que teve com Halia cometeram tantas atrocidades que o pai teve de os enterrar para evitar-lhes maior castigo.

Casou ainda com Anfitrite,[14] filha de Oceano e Tétis,[15] de quem nasceu o seu filho Tritão,[14] o deus dos abismos oceânicos, que ajudou Jasão e os seus argonautas a recuperar o Velocino de ouro,[carece de fontes?] e Rode, que se casou com Hélio.[14]

 

 

  • Plutão: Escorpião; Co-Regente: Áries

Plutão (mitologia)

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Plutão (do grego antigo Pluto = rico) ou Dis (do latim dives = rico) é como ficou conhecido o deus dos mortos na mitologia romana, após a introdução dos mitos e da literatura gregas; é que, originalmente, não possuíam os romanos uma noção de um reino para a felicidade ou infelicidade pós-morte, como o Hades grego - senão uma imensa cavidade, chamada Orcus, que mais tarde passou a identificar-se com o submundo grego. Ao deus que o comandava, então, incorporaram Hades, sob o seu epíteto de Pluto.[1]

Em sua homenagem era celebrado um grande festival em fevereiro, quando então eram-lhe ofertados sacrifícios de touros e cabras negros (chamados de februationes) por um sacerdote caracterizado por uma coroa de cipreste, e com a duração de doze noites.[2] Não havia, em Roma, templos dedicados a Plutão.[2]

Plutão era casado com a sobrinha Prosérpina, filha de Ceres (equivalentes, respectivamente, às deusas gregas Perséfone e Deméter).

Hades

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Divindades gregas


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Hades

Deuses primordiais
Deuses olímpicos
Deuses ctónicos
Titãs * Musas
Divindades aquáticas
Outras divindades
Deuses olímpicos

Poseidon * Zeus
Hades * Ares
Atena * Deméter
Dioniso
Eros * Héstia
Hefesto * Hera
Hermes * Ártemis

Afrodite * Apolo

Hades (em grego antigo Άδης, transl. Hádēs), na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos.[1]

Equivalente ao deus romano Plutão, que significa o rico e que era também um dos seus epítetos gregos, seu nome era usado frequentemente para designar tanto o deus quanto o reino que governa, nos subterrâneos da Terra. Consta também ser chamado Serápis (deus de obscura origem egípcia).[2][3]

É considerado um deus da "segunda geração" pelos estudiosos, oriundo que fora de Cronos (Saturno, na teogonia romana) e de Reia, formava com seus cinco irmãos os Crônidas: as mulheres Héstia, Deméter e Hera, e os homens Posseidon e Zeus.[4]

Ele é também conhecido por ter raptado a deusa Perséfone (Koré ou Core) filha de Deméter, a quem teria sido fiel e com quem nunca teve filhos. A simbologia desta união põe em comunicação duas das principais forças e recursos naturais: a riqueza do subsolo que fornece os minerais, e faz brotar de seu âmago as sementes - vida e morte.[5]

Hades costuma apresentar um papel secundário na mitologia, pois o fato de ser o governante do Mundo dos Mortos faz com que seu trabalho seja "dividido" entre outras divindades, tais como Tanatos, deus da morte, ou as Queres (Ker) - estas últimas retratadas na Ilíada recolhendo avidamente as almas dos guerreiros, enquanto Tanatos surge nos mitos da bondosa Alceste ou do astuto Sísifo.[6]

Como o senhor implacável e invencível da morte, é Hades o deus mais odiado pelos mortais, como registrou Homero (Ilíada 9.158.159). Platão acentua que o medo de falar o seu nome fazia usarem no lugar eufemismos, como Plutão (Crátilo 403a).[6]

O mito possui pequena influência moderna. Entretanto, foi objetivo de análises pela psicologia e adaptações cinematográficas; dentre essas últimas, a Disney recriou-o em dois momentos distintos, um em 1934 de forma experimental[7], e outro em 1997, como adversário de Hércules.

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[editar] Origem: guerra de titãs

Cronos devora um dos filhos.

Temendo uma profecia que dizia que seria derrotado por um dos filhos, Cronos passou a devorar os filhos tão logo sua mulher, Reia, os tinha. Assim ocorrera a todos os filhos que teve, à exceção de Zeus que, para ser poupado, foi num ardil materno trocado pela mãe por uma pedra.[8]

Segundo Apolodoro (i.1.5) e Hesíodo (Teogonia 453-67) Cronos os devorou na seguinte ordem: primeiro a Héstia, em seguida Deméter e Hera e, mais tarde, a Hades e Posseidon.[4][9]

Crescendo, o jovem deus teve novamente a ajuda materna para auxiliá-lo: Reia fez com que o marido engolisse uma beberagem que o forçou a vomitar os filhos presos dentro de si. Uma vez libertos, os irmãos ficaram solidários a Zeus, no combate contra o pai. Postaram-se, então, no monte Olimpo e, com ajuda dos titãs hecatônquiros, combateram os outros titãs, que se posicionaram no monte Ótris, numa batalha que durou dez anos.[8]

Os titãs solidários aos olímpicos — Briareu, Coto e Giges — deram aos três irmãos suas armas: a Zeus os raios, a Posseidon o tridente; a Hades coube um capacete, que o tornava invisível.[8] A derrota de Cronos deu-se com o uso das três armas: Hades, invisível com seu elmo, roubou ao pai suas armas e, enquanto Posseidon o distraía com o tridente, Zeus o fulminou com seus raios.[9]

Sendo o mundo dividido em três partes, Zeus procedeu à divisão por sorteio dos reinos entre si e os dois irmãos: para si ficou a Terra e o Céu, a Posseidon coube os mares e rios, ao passo que para Hades ficou o domínio sobre o mundo subterrâneo e os seres das sombras.[10]

Mais tarde Hades desposa Perséfone (a Prosérpina dos romanos, também chamada Core ou Kore), filha de sua irmã Deméter (Ceres, para os romanos), e que ao seu lado tornou-se a rainha dos mortos.[11] O casal não teve filhos.[6]

[editar] Hades e Perséfone

O rapto de Perséfone.
Perséfone e Hades Plutão (com a cornucópia): gravura em fundo vermelho num kylix, ca. 440–430 a.C.

A união foi narrada por Thomas Bulfinch como decorrente da luta havida entre os deuses e os gigantes Tífon, Briareu, Encélado e outros: após terem sido aprisionados no Etna, os cataclismos provocados por suas lutas pela liberdade fizeram com que Hades temesse que seu mundo fosse exposto ao Sol.[11]

Então, a fim de verificar o que estava se passando, finalmente Hades decide sair de seu reino, montado em seu carro de negros corceis. Estava Afrodite, naquele momento, sentada no monte Érix junto a seu filho Eros (então personificado como Cupido) e desafiou-o a lançar suas flechas no deus solitário quando, por ali, a filha de Deméter transitava no vale de Ena (uma pradaria siciliana), igualmente solteira.[11]

Flechado pelo Amor, Hades rapta a bela sobrinha que, apavorada, clama por socorro à mãe e suas amigas mas, sem ter como reagir, acaba resignando-se. Hades excita os cavalos a fugirem o mais depressa possível até que chegaram ao rio Cíano, que se recusou a dar-lhe passagem. O deus então feriu-lhe a margem, abrindo a terra e criando uma entrada para o Tártaro.[11]

Outras variantes do mito colocam a sobrinha e amada de Hades às margens do rio Cefiso, em Elêusis, ou aos pés do Monte Cilene, na Arcádia, local em que uma caverna levava aos Infernos; noutras, próxima a Cnossos, em Creta. Também conta-se que Zeus, para ajudar o irmão na captura de Core, enquanto ela colhia flores, postou um narciso (ou um lírio) na beira dum abismo e ela, ao colher a flor, caiu, pois a Terra se abriu, ao aparecer Hades para capturá-la.[4]

Deméter parte numa busca inútil à filha, indo de Eos (a Aurora) até as Hespérides (no poente). Em sua peregrinação salva um menino, a quem incumbe de ensinar a agricultura aos homens. Desesperançada, pára à margem do mesmo rio Cíano onde a filha fora levada. A ninfa que ali habitava fica oculta, temendo represálias do deus dos Infernos, mas deixa fluir sobre as águas a guirlanda que Perséfone derrubara ao ser levada. Ao vê-la a deusa se revolta, culpando a terra por seu sofrimento: a maldição que lança provoca a infertilidade do solo e a morte do gado.[11]

Vendo a desolação provocada pela vingança da deusa, a fonte Aretusa resolveu interceder. Procurando Deméter, conta sua história - de como fora perseguida por Alfeu, no curso do rio de mesmo nome e, ajudada por Artêmis, que lhe abrira um caminho subterrâneo para a fuga até a Sicília, viu então Perséfone sendo levada por Hades — ainda triste, mas já ostentando o semblante de Rainha do Mundo Inferior.[11]

Uma variante narra a história da seguinte forma: após dez dias Deméter foi auxiliada por Hécate, deusa da lua nova, que a levou até Hélio, o Sol; este ter-lhe-ia contado o que ocorrera, acrescentando que o rapto fora consentido por Zeus. Dissera mais: que aceitasse o ocorrido, pois Hades "não era um genro sem valor". Mas a mãe, em seu desespero, recusa o conselho e, magoada com Zeus, abandona o Olimpo e passa então a vagar na terra como uma velha.[12]

A deusa de imediato vai ao Olimpo, onde pleiteia a Zeus fosse a filha restituída. O Senhor dos Deuses consente, impondo contudo a condição de que Perséfone não tivesse, no mundo inferior, ingerido alimento algum — uma condição que faria com que as Parcas vedassem-lhe a saída. Hermes, guia das almas, é enviado como mensageiro junto a Primavera. Hades concorda com o pedido mas, num ardil, oferece a Perséfone uma romã, da qual a jovem chupa alguns grãos, selando assim o seu destino, pois jamais poderia se libertar dos Infernos.[11][13]

Apesar de ter a esposa para sempre presa ao Submundo, o deus das sombras faz um acordo com a sogra, anuindo que Perséfone passasse uma parte do tempo ao seu lado e outra, com a mãe. Deméter concorda com o ajuste, e devolve à terra sua fertilidade.[11]

Os monarcas Hades e Perséfone não apenas governavam as almas dos mortos, mas tinham o papel de juízes da humanidade depois da vida. Nisto eram auxiliados por três herois que foram, em vida, reconhecidos por seu senso de justiça e sabedoria: Minos, seu irmão Radamanto e Éaco que, numa versão mais tardia, era o responsável pelas portas do mundo inferior.[14]

Philip Wilkinson e Neil Philip dizem ser o tempo que Perséfone passa na terra junto à mãe, fazendo germinar e crescer as plantas, o equivalente à primavera e o verão; em contrapartida, quando volta para Hades, tem-se o inverno - quando a Terra é forçada a sofrer uma morte temporária.[15]

[editar] Raizes do mito

Estátua lembra o rapto de Perséfone.

Alexander Murray justifica, quando da divisão dos reinos entre os três irmãos crônidas, que para os antigos gregos, donos de agudo senso de observação das forças naturais, era necessário um poderoso deus a governar o mundo subterrâneo; afinal, uma força "de baixo" impulsionava o crescimento das plantas; das profundezas da terra os preciosos metais eram extraídos; para lá voltavam todos os seres vivos. Esse deus tinha que possuir um duplo caráter: primeiro, como fonte de todas as riquezas (o que é sugerido por seu nome latino Plutão), depois como monarca do obscuro reino, morado pela sombras dos mortos (sugerido pelo nome grego Hades).[14]

Enquanto a primeira atribuição — aquela de dar energia aos vegetais para erguerem-se a partir da semente mergulhada na obscuridade do solo, Hades é visto até como amigo dos homens, o segundo denotava um caráter severo, onde ele surge como deus implacável e incansável, pois não permite que ninguém saia de seu reino, uma vez ali tendo ingressado — este o destino inexorável de todos os homens: voltar para o reino de Hades.[14]

Nas versões mais primitivas, não havia qualquer possibilidade de um destino melhor, após a vida: Hades simplesmente reclamava de volta aquilo que dera. Mais tarde, contudo, surge a possibilidade de uma pós-vida de melhor sorte, onde a esperança duma vida futura mais feliz constituía a base dos chamados mistérios eleusinos; este sentido deriva diretamente do casamento de Hades com Perséfone, representando sua esposa a personificação de vida emergente e juventude. A romã, fruto que fizera com que Perséfone ficasse presa ao Hades, é também chamada de maçã do amor.[14] O uso desta fruta na simbologia é, em razão do grande número de sementes, como sinal de fertilidade; entretanto, não há descedência da união de Hades e Core: a romã, em contradição ao seu signficado, condenara a deusa à infertilidade.[4]

[editar] Relacionamentos

Hacquard registra que Hades permaneceu fiel à esposa Perséfone, salvo em duas ocasiões: a primeira quando teria se deixado enamorar pela ninfa do Cócito, Minta; perseguida pela rainha Core, foi transformada pelo deus em menta. A segunda teria sido o amor por uma oceânida.[16]

O primeiro mito estaria ligado ao próprio rapto de Perséfone: Minta (ou Minte), ninfa que habitava o Submundo, mantinha com Hades um relacionamento, interrompido por seu casamento; a ninfa então, procurando recuperar o amante, passou a se vangloriar, dizendo ser mais bonita que sua rival, despertando a fúria em Deméter, mãe de Core. Deméter então puniu a moça presunçosa, fazendo em seu lugar surgir a menta.[17]

Noutra passagem, teria se apaixonado por Leuce, filha de Oceano, e que por isso foi transformada no álamo prateado.[16]

Wilkinson e Philip registram que, quando Hades vinha à superfície, não era capaz de dominar os desejos pelas infelizes ninfas. Perséfone, contudo, sempre agia para conter esses impulsos e, assim, quando o marido se apaixonara por Minte, a transforma no hortelã; quando o mesmo ocorrera a Leuce, transformou-a no álamo.[15]

[editar] Descendência atribuída

Embora a grande maioria dos relatos dêem Hades como infértil, algumas passagens aleatórias atribuem-lhe paternidades esporádicas, sem contudo saber-se pormenores. Assim, segundo o Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, tiveram a paternidade atribuída a Hades: Zagreu (segundo Ésquilo, era o próprio Zeus do Submundo e assemelhado a Hades[18]), Macária, as Erínias (eram originariamente em número indeterminado; posteriormente consolidaram-se em três: Alecto, Tisífone e Megera)[18] e Melinoe (ou Melina).[19]

Árvore genealógica de Hades[19]
  Cronos
 
 
 
Reia        
 
 
 
 
         
 
 
               
 
        Hades
 
 
 
 
Perséfone      
 
 
 
 
 
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Zagreu     Macária   Erínias     Melinoe    
 

[editar] Epítetos e etimologia

Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
Άιδης Άδης Haidês, Hadês Hades O Invisível
Αιδης Αιδωνευς Aidês, Aidôneus Ades, Aidoneus O Invisível

O nome Hades vem de á (a - não) e ’ideîn (idêin - ver), uma "falsa etimologia que lhe deram os gregos" (segundo Junito Brandão), em alusão ao capacete da invisibilidade que lhe fora presenteado pelos Ciclopes. Este sentido de não visto cabe tanto ao deus quanto ao seu reino.[4]

Junito Brandão diz que o nome Pluto ou Plutão (significando rico e consagrado entre os romanos), é de origem grega, estando intimamente ligado em sua origem ao episódio da semente de romã — unindo os cultos agrários (a Deméter) e da morte (a Hades) que, nas origens, eram bastante próximos. Sobre isto, informa: "Pluto é a projeção dessa semente. Se verdadeiramente o deus da riqueza agrária ficou eclipsado no Hino a Deméter pela evocação patética de Core perdida e depois reencontrada, uma estreita relação sempre existiu, desde tempos imemoriais, entre os cultos agrários e a religião dos mortos, e é assim que o Rico em trigo, Pluto, acabou por confundir-se com outro rico, o Rico em hóspedes, polydégmōn, que se comprimem no palácio infernal. Pois bem, esse rico em trigo, com uma desinência inédita, se transmutou, sob o vocábulo Ploútōn, Plutão, num duplo eufemístico e cultural de Hádēs".[4]

Dentre as muitas formas eufemísticas que os autores gregos usaram para chamar o Deus dos Mortos, as principais foram:[20]

  • Aidoneus - Uma forma variante de Aïdês. (Hom. Il. v. 190, xx. 61.)
  • Chthonius - Tem o mesmo significado que Chthonia, e por isso é aplicado para os deuses do mundo inferior, ou das sombras (Hom. II. ix. 457; Hesíod. Op. 435; Orph. Hymn. 17. 3, 69. 2, Argon. 973), e aos seres que são considerados como nascidos da terra. (Apolodoro iii. 4. § 1; Apolon. Rod. iv. 1398.) É também usado no sentido de "deuses do lugar", ou "divindades nativas". (Apolon. Rod. iv. 1322.)[20]
  • Eubuleus - Eubuleus ocorre também como um sobrenome de várias divindades, e descreve-as como deuses do bom conselho, como Hades e Dioniso.(Schol. ad Nicand. Alex. 14; Hin. Órf. 71. 3; Macrob. Sat. i. 18; Plat. Simpós. vii. 9.)[20]
  • Eubulus - Este nome ocorre como um sobrenome de várias divindades que eram consideradas autores de bons conselhos, ou como bem-dispostos embora, quando aplicado a Hades é, como Eubuleus, um mero eufemismo. (Hin. Órf. 17. 12, 29. 6, 55. 3.)[20]
  • Isodetes - de deô, o deus que trata a todos igualmente, é usado como sobrenome de Hades para expressar sua imparcialidade. (Hesíq. s. v.), e e Apollo. (Bekker, Anecdot. p. 267.)[20]
  • Pluton - foi inicialmente usado como epíteto de Hades, deus do mundo inferior e, posteriormente, usado como seu próprio nome. Neste último sentido ocorre a primeira vez em o doador da riqueza, em um primeiro apelido de Hades, o deus do mundo inferior e, posteriormente, também utilizada como o nome verdadeiro do deus. No último sentido que ocorre pela primeira vez em Eurípides.(Herc. Fur. 1104 ; comp. Lucian, Tim. 21.)[20]
  • Polydegmon ou Polydectes - ou seja, "aquele que recebe muitos", ocorre como um sobrenome de Hades. (Hom. Hin. in Cer. 431; Ésq. Prom. 153.)[20]
Mais comuns eufemismos para Hades
Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
Πλουτων Ploutōn Pluto A Riqueza (ploutos)
Ζευς Χθονος Zeus Khthonos Zeus Chthonius Zeus do Submundo
Θεων Χθονος Theōn Khthonos Theon Chthonius Deus do Submundo
Epítetos mais usados por Homero
Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
Пολυσημαντων Polysēmantōr Polysemantor Soberano de Muitos
Пολυδεγμων Polydegmōn Polydegmon Hospedeiro de Muitos
Epítetos usados em poesias e tragédias
Nome grego Transliteração Grafia latina Significado
Пολυξενος Polyxenos Polyxenus Hospedeiro de Muitos
Νεκροδεγμων Nekrodegmōn Necrodegmon Recebedor dos Mortos
Νεκρων Σωτηρ Nekrōn Sōtēr Necron Soter Salvador dos Mortos

[editar] Culto

Bastante disseminado era o culto a Hades, tanto entre gregos quanto, depois, pelos romanos (na variante de Plutão).[14] Brandão diz contudo que "as inscrições mostram que mesmo assim era muito pouco cultuado na Terra, possuindo, com certeza, apenas um templo em Elêusis e outro menor em Élis, que era aberto somente uma vez por ano e por um único sacerdote".[21]

Entretanto, era tão temido que seu nome não era pronunciado, senão raramente. Vigorava o temor de, nomeando-o, atrair-lhe a cólera. Preferiam, assim, referirem-se a ele por meio de eufemismos, como Pluton — "o rico", em razão das riquezas advindas dos subterrâneos (daí ser representado por uma cornucópia com tesouros).[4] Dentre os epítetos com os quais era referido, encontram-se em Homero (Ilíada 9, 457) os seguintes: "o Forte", "o Invencível" e o já mencionado "Zeus do Inferno".[22]

Na Grécia, seus mais importantes templos ficavam em Pilos, Atenas, Olímpia e Élida. Neste povo dedicavam ao deus o narciso, o cipreste e o buxo.[14] O templo de Pilos era uma construção magnífica e, próximo ao rio Corellus, na Beócia, possuía um altar que, por razões místicas, era partilhado com Atena.[23]

Em Roma, um grande festival ocorria em fevereiro - as februationes - que durava doze noites.[14] Também era chamado Charistia, uma vez que as oblações eram feitas à morte.[23] Nele eram sacrificados touros e cabras negras, enquanto o sacerdote que presidia o cerimonial ostentava uma coroa com folhas de cipreste. Uma vez a cada cem anos eram realizados em sua honra e tributo aos mortos os jogos chamados Seculares.[14] Era ilícito o sacrifício diurno, pois o deus tinha aversão à luz.[23]

Hacquard registra que era invocado num ritual onde se batia na terra com as mãos ou varas, sendo-lhe também sacrificados touros ou ovelhas negras, no período noturno.[16] Além dos romanos, os etruscos tomaram emprestado aos gregos o casal que governava o Submundo, chamando-os de Aita e Persipnei.[15]

[editar] Análise do culto

Otto regista que a visão do deus na ótica da religião grega teve dois momentos distintos: o primitvo e o posterior, registado por Homero.[22]

Embora o deus figure em diversas passagens da obra homérica, e se relacione com outros tantos mitos de deuses e herois, Hades não é objeto de qualquer adoração, nem se relata maiores cuidados com relação à memória dos mortos - ao contrário das épocas anteriores. Ali o pós-vida transforma as almas em meros espectros ou sombras, sem memória ou personalidade; na época pré-homérica, contudo, como em todos os demais povos, havia no pós-morte a manutenção da individualidade, e uma possível forma de ligação daqueles com o mundo dos vivos - esta ligação, em Homero, é praticamente inexistente.[22]

[editar] Mistérios eleusinos

O mais importantes dentre os cultos greco-romanos eram os Mistérios de Elêusis, que tinham por base o mito de Deméter e sua filha Core/Perséfone, raptada pelo deus dos mortos.[12] Essa veneração teve lugar na Grécia por vários séculos, somente desaparecendo no século VI, quando o santuário foi destruído pelos bárbaros invasores.[12]

Sepulcro da era romana em Pisa, com relevo órfico.

[editar] Cultos órficos

No culto que teria sido iniciado por Orfeu, o seu renascimento (com anterior catábase - ou volta ao mundo inferior) foi a base para a crença na metempsicose, espécie de reencarnação (neste caso, transmigração das almas) em que os mortos voltam a experimentar novas existências até atingirem a purificação.[4][5]

Tendo cumprido duas encarnações a alma desceria ao reino de Hades, onde purgaria seus pecados, e estaria pronta para gozar um destino feliz ao lado dos deuses. Para isto, mister ser iniciada nos mistérios órficos; sem este conhecimento, contudo, ficaria presa de um eterno ciclo de renascimentos, daí ser importante o rito iniciático.[16]

A doutrina órfica teve penetração em toda a cultura grega, chegando mesmo a influir em doutrinas de filósofos como Pitágoras e Platão, e em trabalhos de poetas e escultores da Antiga Grécia.[16]

[editar] Alegoria

Hades e Cérbero, numa antiga escultura.

As representações de Hades apresentam a mesma face de Zeus e Posseidon, seus irmãos. As antigas obras de arte diferenciam-no somente por alguns "rasgos de expressão", como registou Murray. As espessas barbas e cabelo sombreiam a face. Aparece de ordinário sentado em seu trono, ao lado da esposa ou em pé, num carro junto dela.[14]

Seus atributos diferenciais eram um cetro, similar ao de Zeus, e um capacete que, como o elmo das nuvens do mito nórdico de Sigfrido, conferia a invisibilidade a quem o portasse. Seu auxiliar é o cão de três cabeças , Cérbero.[14]

Sua figura é bastante sóbria, sem ornatos: além da expressão sombria pelo franzir dos cenhos, a barba em desalinho e cabelos desgrenhados num rosto pálido completam o quadro do Zeus inferi. Suas vestes consistem num pesado manto e túnica vermelhos; seu trono é representado por uma coruja.[5]

A despeito disto, Wilkinson e Philip registram que nunca era retratado pelos artistas. Isto se dava porque, além da invisibilidade, imperava o temor e mistério que lhes inspirava Hades.[15] Quanto ao capacete da invisibilidade William F. Hansen registrou que este não é propriamente uma ferramenta do deus, apesar da popular etimologia reinterpretar seu nome grego (aidos kyneè) como elmo de Hades: além da passagem que diz que o elmo lhe fora presenteado pelos ciclopes, nenhuma outra diz que o deus utiliza-se dele e, quando é citado que outros deuses ou heróis fazem serventia de seus poderes, não há menção de que lhe tomaram emprestado diretamente.[6]

[editar] Hades e outros mitos

Diversos outros mitos incorporam a presença, direta ou indireta, de Hades, como no caso de Admeto que, para fugir à morte, entrega ao deus sua esposa Alceste,[24] ou mesmo em variantes com ligações de parentesco aventadas, como para com os Cabiros.[25] Também no mito de Psiquê sua presença é aludida, pois uma das tarefas da Alma é, justamente, obter num frasco um pouco da beleza de Perséfone.[11]

O próprio Hermes era um arauto de Hades, encarregado de chamar os moribundos com suavidade, e neles depositar os báculos de ouro em seus olhos.[9] Na gigantomaquia o deus teria usado o capacete da invisibilidade para poder matar Hipólito.[4]

Junto a Afrodite e Éris, Hades era dos únicos deuses que não odiavam Ares, deus da guerra; o motivo estava na voracidade com que o deus dos mortos acolhe de bom grado as almas dos jovens guerreiros abatidos em combate.[9]

Deuses e homens se beneficaram ainda dos poderes privilegiados do capacete mágico de Hades. Jovens deuses usaram seus poderes, bem como também do tridente de Posseidon.[15] Foi este o caso de Hermes que, durante a Gigantomaquia, serviu-se do elmo da invisibilidade para matar o gigante Hipólito.[26]

No Egito, junto a Dionísio, Hades era identificado com o deus Osíris.[26]

[editar] Adonis: a Perséfone infiel

A morte de Adonis, por Jean Monier.

Adonis, um mortal fruto de relacionamento incestuoso, apaixonou-se por Afrodite e era por ela amado - mas também despertou o amor em Perséfone, que ficou furiosa por não gozar da preferência do jovem.[15]

A deusa dos mortos então procurou Ares que, sabia, amava Afrodite. O deus então matou o jovem guerreiro, de modo que assim fosse obrigatoriamente enviado ao Submundo, onde sua governante o esperava.[15]

Inconformada com tal destino, Afrodite procura Zeus que delibera ficar Adonis seis meses com Perséfone e a metade restante do ano com sua amada.[15]

[editar] Zagreu/Dioniso: identidade com Hades

Brandão informa que o mito de Zagreu seria bastante mais antigo do que o do próprio Dioniso, e que teria uma possível origem em Creta de onde, pela similitude, fora absorvido ao do deus orgíaco. Nesta fusão mítica fora transformado, nos cultos órficos, na primeira vida de Dioniso - e feito em filho de Zeus com Perséfone. Após ter sido assassinado pelos Titãs, ressurge de Sêmele.[27]

Analisando a história de Zagreu - espécie de reencarnação de Dioniso (o Baco romano) - Walter Otto narra que Zeus procura reparar a injustiça da morte cruel de Dioniso (morto pelos Titãs, após ter-se transmutado num touro); enquanto sua carne era devorada, Zeus interveio, conseguindo salvar vivo ainda seu coração). O autor ressalta que esta morte o liga ao mundo dos mortos, aos poderes do submundo. Zagreu renasce da mortal Sêmele - entrara no Hades tal como entrará no Olimpo. Esta versão explica, ainda, a afirmação de E. Rohde de que o reino dos mortos fazia parte do reino dionisíaco.[28]

Otto relembra os Hinos Órficos 46 e 53, onde se diz explicitamente que Dioniso dormia na casa de Perséfone e que Hades e Dioniso - por quem as mulheres enlouquecem e ficam enraivecidas - seriam a mesma pessoa. Isto, segundo o autor, pode ser lido em Heráclito, que registara: "...Hades e Dioniso, por quem elas ficam loucas e iradas, são um e o mesmo."[29] e conclui que "Agora podemos entender por que os mortos foram homenageados em vários dos principais festivais de Dioniso"[28][30]

Jean Shinoda Bolen, apreciando o arquétipo feminino de Perséfone, alude que a deusa pode se entregar aos prazeres sexuais. Entre os gregos antigos, ressalta a psiquiatra, havia a crença de que os poderes intoxicantes de Dioniso levava as mulheres ao êxtase sexual, transformando-as em mênades cheias de paixão e delírio. As antigas tradições davam conta de que o deus do vinho passava temporadas em casa da esposa de Hades, ou para lá retornava nos intervalos de suas aparições.[12]

[editar] Hércules

Sala dos Gigantes, no Palácio de Te, retrata cena da luta de Hércules contra os gigantes.

Na luta contra os gigantes comandados por Alcioneu e Porfírio, Hércules tem a ajuda de Hades. Uma imagem de sua volta aos Infernos, após a vitória, foi representada no teto do Palácio de Te, em Mântua.[31]

Numa passagem da Ilíada (V, 402), Homero registra que Hades foi ferido por Hércules — para logo esclarecer que foi facilmente curado por Apolo, "porque ele (Hades) não havia nascido mortal!"[25]

O décimo-primeiro dos Doze Trabalhos de Hércules, a catábase (katábasis), a ida ao mundo dos mortos para lá apreender o monstruoso cão Cérbero, encarregado de evitar que os vivos entrem naquele reino e que de lá saiam tendo entrado, salvo por ordem do seu Rei, o herói conta com a ajuda de Hermes e Atena, para não errar o rumo e clarear a escuridão, respectivamente, por ordem de Zeus.[25]

Nesta tarefa, Hércules demonstra seu caráter humano, apiedando-se de alguns dos prisioneiros que ali estavam, e procura ajudá-los em seu sofrimento. Dentre estes estavam Pirítoo e Teseu, ainda vivos (como adiante se verá), e Ascáfalo. Ascáfalo era o filho de uma ninfa do rio Estige com o barqueiro Aqueronte e, no episódio do resgate de Perséfone por sua mãe, quando Hades a fizera comer o grão de romã, foi ele quem a denunciara ao deus dos mortos. Numa primeira variante deste mito, Deméter o transformara em coruja, como castigo; em outra, a deusa o fizera ficar preso sob um grande rochedo — e teria sido deste sofrimento que Hércules o poupara, mas o alívio não durou muito, pois Deméter enfim o transformou em coruja, mantendo a punição.[25] Bulfinch adiciona que o rochedo encantado que os prendia ficava à entrada do palácio dos reis do submundo.[11]

Finalmente, chegando à presença de Hades, o heroi pede para que lhe fosse permitido levar Cérbero à presença de seu primo Euristeu, que lhe impingira as tarefas impossíveis. Hades concorda, desde que para tanto não usasse o filho de Alcmena nenhuma de suas armas, servindo-se apenas da capa feita do Leão de Nemeia, o que fez. Após cumprir o trabalho, Cérbero foi devolvido ao mundo ctônico.[25]

[editar] Teseu

O heroi Teseu, que já havia praticado o rapto de Hipólita (rainha das Amazonas), e de Ariadne, combinara com o amigo Pirítoo, cujos laços se estreitaram após a Centauromaquia, que raptariam por esposas de ambos apenas filhas de Zeus e humanos, visto serem os dois, eles próprios, de origem divina: Teseu filho de Zeus e Pirítoo de Posseidon. Após tirarem a sorte, acordaram que a Teseu caberia Helena, e ao outro a própria Rainha dos Infernos, Perséfone. Ambos se auxiliariam na tarefa, mas Teseu — então aos cinquenta anos, encontra Helena ainda impúbere, e a esconde. Junto a Pirítoo, desce ao Reino dos Mortos.[25]

No Submundo, foram bem recebidos por Hades. Cometeram, então, duas das atitudes mais temerárias ali: convidados ardilosamente para um banquete pelo deus infernal, sentaram-se e comeram: sentar significa, ali, intimidade e permanência; comer, a fixação. Ficaram, portanto, presos às suas cadeiras.[25]

Quando da catábase de Hércules, o heroi tenta livrá-los, mas os deuses permitiram que somente Teseu fosse liberto, ficando Pirítoo preso na Cadeira do Esquecimento.[25]

[editar] Perseu

Representação helenística de Serápis.

Na sua campanha para matar a Górgona (ou Medusa), Perseu recebe o auxílio de Atena e de Hermes; assim, consegue penetrar no reduto das Greias que, em razão de possuírem somente um olho, uma montava guarda enquanto as duas outras dormiam: num lance rápido, o heroi arrebata-lhes o olho e, então, negocia a troca do membro pelo auxílio em derrotar a terrível inimiga. Impotentes, as três irmãs entregam-lhe o necessário para chegar às ninfas e para vencer, segundo lhe havia sido revelado por um oráculo: as sandálias aladas, o alforje chamado quibísis (para guardar a cabeça da Medusa) e o capacete da invisibilidade, de Hades.[25]

[editar] Hades e Serápis

Menard narra uma história em que o Zeus infernal é considerado o mesmo deus egípcio Serápis, cuja origem e atributos permanecem obscuros.[32]

Governava Ptolomeu II Filadelfo a cidade de Alexandria, que procurava embelezar quando, num sonho, foi-lhe ordenado por Serápis que buscasse no Ponto uma estátua que lhe fosse dedicada. Havia tal monumento em Sinope, dedicado ao Zeus infernal. O rei de Sinope anuiu ao pedido, mas o povo do lugar se insurgiu, cercando o templo a fim de impedir a retirada da imagem: a estátua, então, erguera-se e foi, andando, ao navio que a transportou para o Egito.[32]

Dada a sua grande semelhança com Hades, o Imperador Juliano, procurando saber as distinções entre Plutão e aquele deus, obteve do Oráculo de Delfos a seguinte resposta: "Júpiter Serápis e Plutão são a mesma divindade".[32]

[editar] Hades e Esculápio

Era ainda Esculápio (Asclépio) um mortal quando, ao restituir a vida a um morto, despertou a ira de Hades. Como castigo, o Zeus atende ao pedido do irmão e o fulmina com seu raio. Sendo o médico filho de Apolo, o deus resolve vingar-se atacando os ciclopes que, no Etna, fabricavam as armas do Olímpico. Zeus, por conta disto, pune seu filho, condenando-o a passar um ano como escravo de Admeto, rei da Tessália. Depois de sua morte, contudo, o próprio Zeus admite Esculápio como deus.[11]

Orfeu tange a lira e entoa seu lamento aos deuses dos infernos.
Virgil Solis, desenho para as Metamorfoses, de Ovídio.

[editar] Hades e o canto de Orfeu

Mais um filho de Apolo acaba por ter sua história ligada ao rei dos mortos: Orfeu, que ganhara do pai uma lira e a tocava com tamanha perfeição e encanto que até as pedras se comoviam. Tendo se casado com Eurídice, logo a perde pois, fugindo ao assédio do pastor Aristeu, a jovem morre picada por uma cobra.[11]

Orfeu desce aos Infernos e vai ter diante dos tronos de Hades e Perséfone. Ali entoa um canto tão fascinante que os fantasmas derramam lágrimas; Tântalo esquece a sede; o abutre cessa o ataque ao fígado de Prometeu; Sísifo parou de rolar a pedra pela montanha, nela se sentando para ouvir; as Danaides pararam de recolher água com peneiras e Íxion deixa de girar sua roda.[11]

Os soberanos do submundo também se comovem e concedem-lhe o desejo de trazer de volta à vida a amada esposa, com a condição de não olhar para ela até saírem dos dominios ctônios — o que acaba ocorrendo, morrendo Eurídice uma segunda vez.[11]

[editar] O Mundo dos Mortos e castigos famosos

Mapa dos Infernos, baseado na história de Enéias. Desenho de Andrea De Jorio, 1825.

Não são acordes os autores antigos acerca da localização do mundo inferior; enquanto uns o situam abaixo da superfície terrestre, outros colocam-no ao oeste, em meio ao Oceano. Também sua entrada era controversa, situando-a em algum ponto sombrio e assustador, tal como havia em Cumas — mas uma das passagens estava sempre aberta de modo a permitir a entrada, sem retrocesso. Sua guarda cabia ao cão Cérbero, que era dócil a quem chegava, mas feroz a quem pretendesse sair.[14]

A entrada era separada do interior por vários rios, de águas turbulentas, dos quais o mais famoso era o Estige, tão fiável que os próprios deuses o evocavam como testemunha dos juramentos. Sua passagem era feita pelo barqueiro Caronte, para cujo pagamento colocavam os gregos uma moeda (danake) na boca do falecido[14]. Outros rios eram o Aqueronte (rio da eterna aflição), Lete (o rio do esquecimento), Piriflegetonte (rio de fogo), Cócito (rio do pranto e lamento).[14]

Além do próprio reino dos mortos, duas outras regiões se apresentavam: os Campos Elísios, onde uma ilha de bem-aventurança recebia as almas felizes e o Tártaro — tão profundo que distava da terra tanto quanto esta dos céus[14]. Na ilha de Erítia, onde Gerião mantinha seu rebanho sob os cuidados do pastor Eurítion e do cão Ortro — alvo de um dos trabalhos hercúleos — o pastor Menetes cuidava dos rebanhos de Hades.[4]

[editar] Tântalo

Tântalo, Sísifo e Íxion: três exemplos dos sofrimentos infernais.

Tântalo era um rei da Frígia e governava com despotismo e traição, inclusive contra o próprio filho. Condenado à região mais remota do Tártaro, seu castigo consistia em sustentar uma grande pedra sobre a cabeça e, tomado por imensa sede e fome que não podia saciar, procurava amenizar colhendo algum dos frutos que brotavam acima de si; mas os frutos se afastavam quando ele estava prestes a colhê-los.[14]

[editar] Sísifo

Sísifo fora um rei de Corinto, e procurou enganar e se aproveitar dos próprios deuses maiores: primeiro, testemunhara Zeus raptando Egina, a filha de Asopo e, em troca da revelar ao pai o nome do raptor, obteve dele favores. Para se vingar, Zeus enviou-lhe Tânatos, a morte, mas Sísifo prendeu-o com correntes, de forma que durante esse tempo ninguém mais morria — o que levou Hades pedir providências. Zeus então liberta a Morte, que para início leva o próprio Sísifo mas este, espertamente, ordenara à esposa que não lhe prestasse as honras fúnebres. Como não poderia permanecer no mundo dos mortos assim desprovido dos rituais, solicitou ao deus do submundo para voltar à vida e castigar a mulher, o que foi-lhe permitido — mas era mais um logro. O deus ctônio, então, enviou-lhe novamente Tânatos, que o mata definitivamente. Foi levado ao Tártaro, onde tinha por tarefa empurrar uma rocha até o topo de um monte; mas, passando o dia todo neste afã, quando descansava à noite a pedra voltava a rolar até a base da montanha — de modo que tinha de começar tudo novamente, todos os dias. Deu origem à expressão trabalho de Sísifo para designar tarefas intermináveis.[14]

[editar] Íxion

Rei da Tessália também ultrajara aos deuses, sendo portanto condenado a ser amarrado, tendo serpes por cordas, a uma roda de moinho, que um vento fazia girar eternamente.[14]

[editar] Danaides

As filhas do rei Dánao, condenadas por assassinarem seus maridos, tiveram por punição o trabalho de carregar água até um ponto, usando para isto peneiras, ou jarras furadas, de sorte que a tarefa jamais se concretizava.[14]

[editar] Hades, Zeus e Posseidon: hipótese da trindade

Zeus, Posseidon e Hades, em três esculturas distintas, revelam as semelhanças entre as divindades.

Para René Menard, a figura de Hades representa, junto ao irmão Posseidon, um mero desdobramento da personalidade de Zeus. Tem a fundamentar tal premissa os escritos de Proclo, segundo o qual eram eles uma tríade demiúrgica, formando um deus único e triplo ao mesmo tempo; sendo o autor pós-cristianismo, contudo, a ideia da trindade poderia ser posta em suspeição — mas ela encontra respaldo em relatos antigos feitos por Pausânias e por Ésquilo, filho de Eufórion.[33][34]

Assim, segundo Pausânias, havia uma estátua arcaica de madeira que vira no templo de Zeus em Lárissa e que pertencera anteriormente a Príamo, depois a Estênelo como despojo, representando o deus maior com três olhos, explicando tal singularidade: "todos concordam em que Júpiter reina nos céus. Reina também sobre a terra, pelo menos segundo o que afirma Homero no seguinte verso: 'Júpiter subterrâneo e a augusta Prosérpina'. Finalmente, Ésquilo, filho de Eufórion, dá também o nome de Júpiter ao deus que domina o mar. O que representou Júpiter com três olhos quis, pois, evidentemente dar a compreender que a mesma divindade é que governa as três partes de que se compõe o império do mundo".[33]

Menard conclui que os artistas antigos não aceitaram representar um "deus triforme", porque a sua "estranha concepção mais se aproxima do temperamento da Índia que do da Grécia". Mas realça que, ainda assim, todas as representações feitas são de indivíduos que demonstram a mesma identidade: na estuária, embora representando os três isoladamente, dava-lhes uma compleição uniforme; um vaso trazia pintado um Zeus triplo: três personagens iguais lado a lado, com mesma idade e roupas.[33]

Conclui o autor que a distinção entre Zeus e seus dois irmãos só é possível nas obras antigas se se apreciar os atributos que as acompanham: para Posseidon, o tridente; para Zeus, o raio; e, para Hades, a companhia do cão tricéfalo. Mas todos com a mesma idade, feições, fisionomia.[33]

Robert Graves diz, também, que se assemelham à trindade masculina védica, formada por Mitra, Varuna e Indra que, informa, aparecem num manuscrito hitita de cerca de 1380 a.C.; ressalva, contudo, que estes mitos parecem refletir as três invasões helênicas: jônia, eólia e aquéia.[9] Noutra obra Graves aventa a teoria de que essa trindade deriva do processo de invasão de alguma tribo ariana a povos que tinham adoração pela "deusa-mãe" personificada pela Lua: ocorria o casamento do chefe invasor com a sacerdotiza da Lua e rainha do povo conquistado - a Lua, com suas três fases (crescente, cheia e minguante), revelava deusas em tríade que forçava a divisão do deus forasteiro também numa tríade. Esta teoria explicaria figuras como o Gerião de três corpos, e que foi o primeiro rei da Espanha, o Cernunnos tricéfalo dos gauleses, os irlandeses Brian, Iuchar e Iucharba e, finalmente, os irmãos gregos Zeus, Posseidon e Hades. Estes três se casaram com a divindade feminina pré-grega da Lua, representada em seu triplo aspecto como Rainha dos Céus, Rainha do Mar e Rainha do Submundo.[26]

[editar] Influências modernas

O mito de Hades apresenta algumas interpretações e usos culturais recentes.

[editar] Literatura

O escritor brasileiro Monteiro Lobato trouxe o mito grego para a literatura infantil, criando uma viagem no tempo até Os Doze Trabalhos de Hércules, em versão que conta com a participação dos meninos do Sítio do Picapau Amarelo e da boneca Emília. Nesta obra Lobato define Hades, na boca do personagem Minervino: "É irmão de Zeus e Posseidon, de Hera e Deméter. Filho do velhíssimo deus Cronos, que é o Tempo. Na repartição do mundo coube-lhe o reino dos infernos subterrâneos, de onde só saiu uma vez[35] aqui para raptar Perséfone, filha de Deméter, com a qual se casou."[36]

Quando finalmente entram no Reino dos Mortos Lobato descreve o palácio subterrâneo e suas paisagens. Diante de Hades a boneca Emília sente medo - "Foi uma das raras vezes em que realmente teve medo."[36]

Hades é um dos personagens da série Percy Jackson & the Olympians, do autor estadunidense Rick Riordan que, traz o mundo mítico grego para os tempos atuais. O personagem-título é filho "meio-sangue" ou "semideus" de Poseidon, e, uma vez que não é um mortal comum tem problemas na escola, o que de certa forma o leva a frequentar um acampamento para jovens semideuses, dentre as quais Annabeth, filha de Atena, e Grover, um jovem sátiro.[37]

[editar] Psicanálise

O psicanalista Joseph Henderson associa o mito do rapto de Perséfone por Hades a uma lenda cigana, em que uma mulher conhece um forasteiro e, apesar de haver num sonho previsto que morreria se soubesse quem ele era, insiste em saber sua identidade. Para ele, as duas histórias refletem o papel do animus em refrear na mulher o contato com as coisas do mundo, da realidade da vida, e que lhes é passado pela figura paterna[38].

Se a figura de Hades não inspirou uma tipificação psicanalítica, o mesmo foi apreciado sob a ótica analítica, no trabalho de Fábia Rímini. Segundo ela, pela tipologia Myers, o deus dos ínferos possui uma descrição INTJ - onde IN revela que a função interna é predominante; N, que vive não a realidade concreta, mas o plano intuitivo, das imagens, falando por alegorias, sendo fiel ao mundo subterrâneo e a Perséfone; T, é pensamento: Hades é juiz dos juízes, racional, tem por meta a realidade objetiva. Como todo introvertido, o deus usa a intuição combinada com o raciocínio, encontrando soluções lógicas e engenhosas. J é a atitude julgadora, onde "isola a percepção, ordena a vida, acreditando que esta deveria ser orientada e decidida."[5]

[editar] Cinema e televisão

Hades e sua função de rei do mundo inferior é representado em várias obras cinematográficas.

Alusões são feitas em filmes como Covert One: The Hades Factor (br/pt: O Fa(c)tor Hades), ficção científica de 2006[39], ou no épico britânico de 1981, Clash of the Titans (br: Fúria de Titãs / pt: Choque de Titãs)[40] e sua refilmagem de 2010, Clash of the Titans (br: Fúria de Titãs / pt: Confronto de Titãs), onde o heroi Perseu peregrina no submundo[41].

Também em 2010 Hades reaparece no filme, baseado no livro homônimo, Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief (br/pt: Percy Jackson e o Ladrão de Raios / Percy Jackson e o Ladrão do Olimpo). O deus, interpretado por Steve Coogan, é uma das personagens principais, e o mundo inferior, governado por seu genial hospedeiro, não se revela tão assustador.[42]

[editar] Animação

Em 1934 Walt Disney realizou um curta-metragem animado com o objetivo de preparar seus estúdios para a animação da figura humana, a fim de concretizar a filmagem do conto dos Irmãos Grimm, Branca de Neve; assim, na série Silly Symphonies, realizou A Deusa da Primavera, onde recria o rapto de Perséfone, e traz Hades personificado como o diabo.[7]

O filme de animação da Walt Disney Pictures Hércules, de 1997, traz Hades como o antagonista principal do herói grego; ao contrário do mito real, onde o deus confunde-se e/ou foi sempre aliado de Zeus, nesta ficção planeja o domínio do Olimpo, inclusive libertando os titãs - seus antigos adversários.[43] Esse papel antagônico também foi mantido na série de animação que lhe seguiu - Hercules. Nesta ficção Hades, um deus irascível, cruel e ambicioso, planeja destronar Zeus, contando com dois auxiliares trapalhões - Dor e Pânico[44] - que envia para tirar Hércules de seu caminho.[45]

O animê (e também sua variante em mangá) Cavaleiros do Zodíaco traz uma série de episódios intitulada Saga de Hades, com capítulos tais como Mundo dos mortos[46], com personagens conhecidos por Espectros de Hades, criados por Masami Kurumada e Shiori Teshirogi.

  Os Signos

HN - hemisfério norte HS - hemisfério sul

 Modos do Zodíaco

  • Cardinal - Carneiro (Áries); Caranguejo (Câncer); Balança (Libra); Capricórnio.
  • Fixo - Touro; Leão; Escorpião; Aquário.
  • Mutável -Gêmeos; Virgem; Sagitário; Peixes.

  Curiosidades

 Os Cavaleiros do Zodíaco

A trama japonesa Saint Seiya (traduzido no ocidente para Os Cavaleiros do Zodíaco) utiliza da mitologia grega entre outras para criar as histórias do desenho (Animê). Cada cavaleiro precisa passar por uma prova para poder receber uma das 88 armaduras do zodíaco. Eles são classificados conforme a habilidade da queima da energia cósmica ou da cosmo energia interior. São classificados em cavaleiros de bronze (48 armaduras), cavaleiros de prata (24 armaduras) e os mais fortes entre eles, os cavaleiros de ouro (12 armaduras), havendo ainda outras 4 armaduras (para se totalizar 88 e, excluindo-se os cavaleiros sem constelação, que só existem no anime, não fazendo parte da história original do mangá) que não são faladas a respeito.

  Sobre o 13º Signo

Na história, conhecida no mangá e animê como "Saga do Santuário", os cavaleiros de bronze precisaram correr pelas 12 Casas do Santuário até chegar à sala do Grande Mestre.

Por coincidência a representação do atual Grande Mestre (revelado como sendo um dos próprios cavaleiros de ouro, Saga de Gêmeos), possuía em seu capacete (helmo) uma serpente assim como a suposta 13ª constelação do zodíaco de ofiúco.

 

 

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