PROTESTANTISMO
O Protestantismo surgiu durante a reforma protestante do século XVI O protestantismo é dividido em grupos menores chamados de DENOMINAÇÕES.
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As
95 Teses de
Lutero, Disputatio pro declaratione virtutis indulgentiarum, 1522
A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517 [1] [2] na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco solas.[3]
Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.
O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o Protestantismo. Pré-Reforma
A Pré-Reforma foi o período anterior à Reforma Protestante no qual se iniciaram as bases ideológicas que posteriormente resultaram na reforma iniciada por Martinho Lutero.
A Pré-Reforma tem suas origens em uma denominação cristã do século XII conhecida como Valdenses, que era formada pelos seguidores de Pedro Valdo, um comerciante de Lyon que se converteu ao Cristianismo por volta de 1174. Ele decidiu encomendar uma tradução da Bíblia para a linguagem popular e começou a pregá-la ao povo sem ser sacerdote. Ao mesmo tempo, renunciou à sua atividade e aos bens, que repartiu entre os pobres. Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, considerando ser a fonte de toda autoridade eclesiástica. Eles reuniam-se em casas de famílias ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica Romana, já que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens, que consideravam como sendo idolatria.[4]
No seguimento do colapso de instituições monásticas e da escolástica nos finais da Idade Média na Europa, acentuado pelo Cativeiro Babilônico da igreja no papado de Avignon, o Grande Cisma e o fracasso da conciliação, se viu no século XVI o fermentar de um enorme debate sobre a reforma da religião e dos posteriores valores religiosos fundamentais.
No século XIV, o inglês John Wycliffe,[5] considerado como precursor da Reforma Protestante, levantou diversos questionamentos sobre questões controversas que envolviam o Cristianismo, mais precisamente a Igreja Católica Romana. Entre outras idéias, Wycliffe queria o retorno da Igreja à primitiva pobreza dos tempos dos evangelistas, algo que, na sua visão, era incompatível com o poder político do papa e dos cardeais, e que o poder da Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder político exercido pelo Estado, representado pelo rei. Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wycliffe defendia a pobreza dos padres e os organizou em grupos. Estes padres foram conhecidos como "lolardos". Mais tarde, surgiu outra figura importante deste período: Jan Huss. Este pensador tcheco iniciou um movimento religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Seus seguidores ficaram conhecidos como Hussitas.[6]
Razões políticas na Reforma
A Reforma protestante foi iniciada por Martinho Lutero, embora tenha sido motivada primeiramente por razões religiosas,[7] também foi impulsionada por razões políticas e sociais[7][8][9]
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os conflitos políticos entre autoridades da Igreja Católica e governantes das monarquias européias, tais governantes desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja e do Papa,[10][11] muitas vezes para assegurar o direito divino dos reis;
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Práticas como a usura era condenada pela ética católica, assim a burguesia capitalista que desejava altos lucros econômicos sentiram-se mais "confortáveis" se pudessem seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista, necessidade que foi atendida pela ética protestante e conceito de Lutero de que a fé sem as obras justifica (Sola fide);[11][10][12][13][14][15]
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Algumas causas econômicas para a aceitação da Reforma foram o desejo da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da igreja católica e de ver-se livre da tributação papal.[16] Também na Alemanha, a pequena nobreza estava ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses pequenos nobres desejavam às terras da igreja. Somente com a Reforma, estas classes puderam expropriar as terras;[17][18][19]
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Durante a Reforma na Alemanha, autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas,[20] substituindo-os por religiosos com formação luterana;[21]
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Lutero era radicalmente contra a revolta camponesa iniciada em 1524 pelos anabatistas liderados por Thomas Münzer,[21] que provocou a Guerra dos Camponeses. Münzer comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada,[21] Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,[21] motivo pelo qual eles romperam.[16] Lutero escreveu posteriormente: "Contras as hordas de camponeses (...), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde".[21]
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Após a Guerra dos Camponeses os anabatistas continuaram sendo perseguidos e executados em países protestantes,[7] por exemplo, a Holanda e Frísia, massacraram aproximadamente 30.000 anabatistas nos dez anos que se seguiram a 1535.[7]
Reforma
Na Alemanha, Suíça e França
No início do século XVI, o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as idéias dos pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Em 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Catedral de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas.[22] Esse fato é considerado como o início da Reforma Protestante.[23]
Essas teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa.[24]
Após diversos acontecimentos, em junho de 1518 foi aberto um processo por parte da Igreja Romana contra Lutero, a partir da publicação das suas 95 Teses. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria em heresia. Depois disso, em agosto de 1518, o processo foi alterado para heresia notória.[25] Finalmente, em junho de 1520 reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Devido a esses acontecimentos, Lutero foi exilado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde permaneceu por cerca de um ano. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua tradução da Bíblia para o alemão, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522.[26]
Extensão da Reforma Protestante na Europa.
Enquanto isso, em meio ao clero saxônio, aconteceram renúncias ao voto de castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos monásticos. Entre outras coisas, muitos realizaram a troca das formas de adoração e terminaram com as missas, assim como a eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato. Ao mesmo tempo em que Lutero escrevia "a todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião". Seu casamento com a ex-freira cisterciense Catarina von Bora incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Com estes e outros atos consumou-se o rompimento definitivo com a Igreja Romana.[27] Em janeiro de 1521 foi realizada a Dieta de Worms, que teve um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi convocado para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma.[28] Autoridades de várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das igrejas,[20] substituindo-os por religiosos com formação luterana.[21]
Toda essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com destaque para a Guerra dos camponeses (1524-1525). Esta guerra foi, de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores. Revoltas de camponeses já tinham existido em pequena escala em Flandres (1321-1323), na França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV, e muitas outras até o século XVIII. A revolta foi incitada principalmente pelo seguidor de Lutero, Thomas Münzer,[21] que comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada,[21] Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,[21] motivo pelo qual eles romperam,[29] sendo que Lutero condenou Münzer e essa revolta.[30]
Em 1530 foi apresentada na Dieta imperial convocada pelo Imperador Carlos V, realizada em abril desse ano, a Confissão de Augsburgo, escrita por Felipe Melanchton [31] com o apoio da Liga de Esmalcalda. Os representantes católicos na Dieta resolveram preparar uma refutação ao documento luterano em agosto, a Confutatio Pontificia (Confutação), que foi lida na Dieta. O Imperador exigiu que os luteranos admitissem que sua Confissão havia sido refutada. A reação luterana surgiu na forma da Apologia da Confissão de Augsburgo, que estava pronta para ser apresentada em setembro do mesmo ano, mas foi rejeitada pelo Imperador. A Apologia foi publicada por Felipe Melanchton no fim de maio de 1531, tornando-se confissão de fé oficial quando foi assinada, juntamente com a Confissão de Augsburgo, em Esmalcalda, em 1537.[32]
Ao mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado, alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma Radical. Queriam uma reforma mais profunda. Foram parte importante dessa reforma radical os Anabatistas, cujas principais características eram a defesa da total separação entre igreja e estado e o "novo batismo" [33] (que em grego é anabaptizo).[34]
Enquanto na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, Na França e na Suíça a Reforma teve como líderes João Calvino e Ulrico Zuínglio .
João Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto como um representante importante do movimento protestante.[35] Vítima das perseguições aos huguenotes na França, fugiu para Genebra em 1533 [36] onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se um centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece desde então como uma figura central da história da cidade e da Suíça. Calvino publicou as Institutas da Religião Cristã,[37] que são uma importante referência para o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas.[38]
Os problemas com os huguenotes somente concluíram quando o Rei Henry IV, um ex-huguenote, emitiu o Édito de Nantes, declarando tolerância religiosa e prometendo um reconhecimento oficial da minoria protestante, mas sob condições muito restritas. O catolicismo se manteve como religião oficial estatal e as fortunas dos protestantes franceses diminuíram gradualmente ao longo do próximo século, culminando na Louis XIV do Édito de Fontainebleau, que revogou o Édito de Nantes e fez do catolicismo única religião legal na França. Em resposta ao Édito de Fontainebleau, Frederick William de Brandemburgo declarou o Édito de Potsdam, dando passagem livre para franceses huguenotes refugiados e status de isenção de impostos a eles durante 10 anos.
Ulrico Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Zuínglio não deixou igrejas organizadas, mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas. A reforma de Zuínglio foi apoiada pelo magistrado e pela população de Zurique, levando a mudanças significativas na vida civil e em assuntos de estado em Zurique.[39]
No Reino Unido
O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Desde muito tempo atrás havia uma forte corrente anticlerical, tendo a Inglaterra já visto o movimento Lollardo, que inspirou os Hussitas na Boémia. No entanto, ao redor de 1520 os lollardos já não eram uma força ativa, ou pelo menos um movimento de massas.
Embora Henrique VIII tivesse defendido a Igreja Católica com o livro Assertio Septem Sacramentorum (Defesa dos Sete Sacramentos), que contrapunha as 95 Teses de Martinho Lutero, Henrique promoveu a Reforma Inglesa para satisfazer as suas necessidades políticas. Sendo este casado com Catarina de Aragão, que não lhe havia dado filho homem, Henrique solicitou ao Papa Clemente VII a anulação do casamento.[40] Perante a recusa do Papado, Henrique fez-se proclamar, em 1531, protetor da Igreja inglesa. O Ato de Supremacia, votado no Parlamento em novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da igreja, nascendo assim o Anglicanismo. Os súditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados, perseguidos [41] e executados, tribunais religiosos foram instaurados e católicos foram obrigados à assistir cultos protestantes,[42] muitos importantes opositores foram mortos, tais como Thomas More, o Bispo John Fischer e alguns sacerdotes, frades franciscanos e monges cartuchos. Quando Henrique foi sucedido pelo seu filho Eduardo VI em 1547, os protestantes viram-se em ascensão no governo. Uma reforma mais radical foi imposta diferenciando o anglicanismo ainda mais do catolicismo.[43]
Seguiu-se uma breve reação católica durante o reinado de Maria I (1553-1558). De início moderada na sua política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma, consagrada em 1554, quando o Parlamento votou o regresso à obediência ao Papa.[40] Um consenso começou a surgir durante o reinado de Elizabeth I. Em 1559, Elizabeth I retornou ao anglicanismo com o restabelecimento do Ato de Supremacia e do Livro de Orações de Eduardo VI. Através da Confissão dos Trinta e Nove Artigos (1563), Elizabeth alcançou um compromisso entre o protestantismo e o catolicismo: embora o dogma se aproximasse do calvinismo, só admitindo como sacramentos o Batismo e a Eucaristia, foi mantida a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias religiosas.
A Reforma na Inglaterra procurou preservar o máximo da Tradição Católica (episcopado, liturgia e sacramentos). A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a ecclesia anglicanae, ou seja, A Igreja cristã na Inglaterra e não como uma derivação da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI. A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre o catolicismo e o protestantismo.[44]
Em 1561 apareceu uma confissão de fé com uma Exortação à Reforma da Igreja modificando seu sistema de liderança, pelo qual nenhuma igreja deveria exercer qualquer autoridade ou governo sobre outras, e ninguém deveria exercer autoridade na Igreja se isso não lhe fosse conferido por meio de eleição. Esse sistema, considerado "separatista" pela Igreja Anglicana, ficou conhecido como Congregacionalismo.[45] Richard Fytz é considerado o primeiro pastor de uma igreja congregacional, entre os anos de 1567 e 1568, na cidade de Londres. Por volta de 1570 ele publicou um manifesto intitulado As Verdadeiras Marcas da Igreja de Cristo.[46] Em 1580 Robert Browne, um clérigo anglicano que se tornou separatista, junto com o leigo Robert Harrison, organizou em Norwich uma congregação cujo sistema era congregacionalista,[47] sendo um claro exemplo de igreja desse sistema.
Na Escócia, John Knox (1505-1572), que tinha estudado com João Calvino em Genebra, levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma Protestante em 1560, sendo estabelecido o Presbiterianismo. A primeira Igreja Presbiteriana, a Church of Scotland (ou Kirk), foi fundada como resultado disso.[48]
Nos Países Baixos e na Escandinávia
A Reforma nos Países Baixos, ao contrário de muitos outros países, não foi iniciado pelos governantes das Dezessete Províncias, mas sim por vários movimentos populares que, por sua vez, foram reforçados com a chegada dos protestantes refugiados de outras partes do continente. Enquanto o movimento Anabatista gozava de popularidade na região nas primeiras décadas da Reforma, o calvinismo, através da Igreja Reformada Holandesa, tornou a fé protestante dominante no país desde a década de 1560 em diante. No início de agosto de 1566, uma multidão de protestantes invadiu a Igreja de Hondschoote na Flandres (atualmente Norte da França) com a finalidade de destruir as imagens católicas,[49][50][51] esse incidente provocou outros semelhantes nas províncias do norte e sul, até Beeldenstorm, em que calvinistas invadiram igrejas e outros edifícios católicos para destruir estátuas e imagens de santos em toda a Holanda, pois de acordo com os calvinistas, estas estátuas representavam culto de ídolos. Duras perseguições aos protestantes pelo governo espanhol de Felipe II contribuíram para um desejo de independência nas províncias, o que levou à Guerra dos Oitenta Anos e eventualmente, a separação da zona protestante (atual Holanda, ao norte) da zona católica (atual Bélgica, ao sul).[48]
Teve grande importância durante a Reforma um teólogo holandês: Erasmo de Roterdã. No auge de sua fama literária, foi inevitavelmente chamado a tomar partido nas discussões sobre a Reforma. Inicialmente, Erasmo se simpatizou com os principais pontos da crítica de Lutero, descrevendo-o como "uma poderosa trombeta da verdade do evangelho" e admitindo que, "É claro que muitas das reformas que Lutero pede são urgentemente necessárias.".[52] Lutero e Erasmo demonstraram admiração mútua, porém Erasmo hesitou em apoiar Lutero devido a seu medo de mudanças na doutrina. Em seu Catecismo (intitulado Explicação do Credo Apostólico, de 1533), Erasmo tomou uma posição contrária a Lutero por aceitar o ensinamento da "Sagrada Tradição" não escrita como válida fonte de inspiração além da Bíblia, por aceitar no cânon bíblico os livros deuterocanônicos e por reconhecer os sete sacramentos.[53] Estas e outras discordâncias, como por exemplo, o tema do Livre arbítrio fizeram com que Lutero e Erasmo se tornassem opositores.
Na Dinamarca, a difusão das idéias de Lutero deveu-se a Hans Tausen. Em 1536 [54] na Dieta de Copenhaga, o rei Cristiano III aboliu a autoridade dos bispos católicos, tendo sido confiscados os bens das igrejas e dos mosteiros. O rei atribuiu a Johann Bugenhagen, discípulo de Lutero, a responsabilidade de organizar uma Igreja Luterana nacional.[55] A Reforma na Noruega e na Islândia foi uma conseqüência da dominação da Dinamarca sobre estes territórios; assim, logo em 1537 ela foi introduzida na Noruega e entre 1541 e 1550 [54] na Islândia, tendo assumido neste último território características violentas.
Na Suécia, o movimento reformista foi liderado pelos irmãos Olaus Petri e Laurentius Petri. Teve o apoio do rei Gustavo I Vasa,[56] que rompeu com Roma em 1525, na Dieta de Vasteras. O luteranismo, então, penetrou neste país estabelecendo-se em 1527.[54] Em 1593, a Igreja sueca adotou a Confissão de Augsburgo. Na Finlândia, as igrejas faziam parte da Igreja sueca até o início do século XIX, quando foi formada uma igreja nacional independente, a Igreja Evangélica Luterana da Finlândia.
Em outras partes da Europa
Na Hungria, a disseminação do protestantismo foi auxiliada pela minoria étnica alemã, que podia traduzir os escritos de Lutero. Enquanto o Luteranismo ganhou uma posição entre a população de língua alemã, o Calvinismo se tornou amplamente popular entre a etnia húngara.[57] Provavelmente, os protestantes chegaram a ser maioria na Hungria até o final do século XVI, mas os esforços da Contra-Reforma no século XVII levaram uma maioria do reino de volta ao catolicismo.[58]
Fortemente perseguida, a Reforma praticamente não penetrou em Portugal e Espanha. Ainda assim, uma missão francesa enviada por João Calvino se estabeleceu em 1557 numa das ilhas da Baía de Guanabara, localizada no Brasil, então colônia de Portugal. Ainda que tenha durado pouco tempo, deixou como herança a Confissão de Fé da Guanabara.[59] Por volta de 1630, durante o domínio holandês em Pernambuco, a Igreja Cristã Reformada (Igreja Protestante na Holanda) instalou-se no Brasil. Tinha ao conde Maurício de Nassau como seu membro mais ilustre. Esse período se encerrou com a guerra de Restauração portuguesa.[60] Na Espanha, as idéias reformadas influíram em dois monges católicos: Casiodoro de Reina, que fez a primeira tradução da Bíblia para o idioma espanhol, e Cipriano de Valera, que fez sua revisão,[61] originando a conhecida como Biblia Reina-Valera.[62]
Consequências
Contrarreforma
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Imediatamente após o início da Reforma Protestante, a Igreja Católica Romana decidiu tomar medidas para frear o avanço da Reforma. Realizou-se, então, o Concílio de Trento (1545-1563),[63] que resultou no início da Contrarreforma ou Reforma Católica,[64] na qual os Jesuítas tiveram um papel importante.[65] A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente determinantes para evitar que as ideias reformadoras encontrassem divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos.[66]
O biógrafo de João Calvino, o francês Bernard Cottret, escreveu: "Com o Concílio de Trento (1545-1563)… trata-se da racionalização e reforma da vida do clero. A Reforma Protestante é para ser entendida num sentido mais extenso: ela denomina a exortação ao regresso aos valores cristãos de cada "indivíduo"". Segundo Bernard Cottret, "A reforma cristã, em toda a sua diversidade, aparece centrada na teologia da salvação. A salvação, no Cristianismo, é forçosamente algo de individual, diz mais respeito ao indivíduo do que à comunidade",[67] diferente da pregação católica que defende a salvação na igreja.[68]
O principal acontecimento da contra-reforma foi o Massacre da noite de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes).[69]
Protestantismo
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Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de ela ter possibilitado um maior acesso à Bíblia, graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero) a partir do latim para as línguas nacionais.[70] Tal liberdade fez com que fossem criados diversos grupos independentes, conhecidos como denominações. Nas primeiras décadas após a Reforma Protestante, surgiram diversos grupos, destacando o Luteranismo e as Igrejas Reformadas ou calvinistas (Presbiterianismo e Congregacionalismo). Nos séculos seguintes, surgiram outras denominações reformadas, com destaque para os Batistas e os Metodistas.
A seguir, uma tabela ilustrando o surgimento das diferentes correntes ou ramos do Protestantismo através dos séculos.
Ver também
Referências
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↑ Saber História. Página visitada em 13 de outubro de 2008.
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↑ Lepanto. Página visitada em 13 de outubro de 2008.
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↑ Jornal A Gaxéta. Página visitada em 20 de outubro de 2008.
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↑ Águas Vivas. Página visitada em 13 de outubro de 2008.
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↑ Globo. Página visitada em 18 de outubro de 2008.
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↑ DW-World. Página visitada em 13 de outubro de 2008.
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↑ Antropos. Página visitada em 13 de outubro de 2008.
FIM
Estes são as trê seguimentos da Igreja Cristã que podemos encontrar no mundo evangélico:
Os CATÓLICOS
Os PROTESTANTES
Os ORTODÓXOS
Nesta pagina vamos estar falando dos Protestantes, segundos seus ensinamentos são eles os únicos a verdadeiramente fazer a vontade de Deus.
COMO SURGIRAM OS PRIMEIROS PROTESTANTES E DE ONDE VIERAM:
Protestantismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Protestantismo é um dos principais ramos (juntamente com a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa) do cristianismo. Este movimento iniciou-se na Europa Central no início do século XV como uma reação contra as doutrinas e práticas do catolicismo romano medieval.[1] Os protestantes também são conhecidos pelo nome de evangélicos.[2]
As doutrinas das inúmeras denominações protestantes variam, mas muitas incluem a justificação por graça mediante a fé somente, conhecido como Sola fide, o sacerdócio de todos os crentes, e a Bíblia como única regra em matéria de fé e ordem, conhecido como Sola scriptura.
No século XVI, seguidores de Martinho Lutero fundaram igrejas "evangélicas" na Alemanha e Escandinávia. As igrejas reformadas na Suíça e França foram fundadas por João Calvino e também por reformadores radicais como Ulrico Zuínglio. Thomas Cranmer reformou a Igreja da Inglaterra e depois John Knox fundou uma comunhão calvinista radical na Igreja da Escócia.
O termo protestante é derivado (via francês ou alemão Protestant[3]) do latim protestari.[4][5] Significa declaração pública/protesto, referindo-se à carta de protesto por príncipes luteranos contra a decisão da Dieta de Speyer de 1529, que reafirmou o Édito de Worms de 1521, banindo as 95 teses de Martinho Lutero do protesto contra algumas crenças e práticas da Igreja Católica do século XVI.
O termo protestante não foi inicialmente aplicado aos reformadores, mas foi usado posteriormente para descrever todos os grupos que protestavam contra a Igreja Católica.
Desde aquele tempo, o termo protestante tem sido usado com diversos sentidos, muitas vezes como um termo geral para significar apenas os cristãos que não pertencem à Igreja Católica, Ortodoxa ou Ortodoxa Oriental (inclusive àqueles cristãos que não pertencem à Igreja Anglicana, pois esta mesma não se auto-define como católica ou protestante).
História
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Os "reformadores" foram pessoas de vasta cultura teológica e humanista: Calvino estudou em Sorbonne e seu pai era bispo; Lutero foi monge e professor universitário da Bíblia; Zuínglio era sacerdote e humanista. De acordo com o programa dos humanistas, eles buscaram nas fontes da antiguidade cristã as bases para uma renovação religiosa. Lendo as Sagradas Escrituras e retornando aos Pais da Igreja, descobriram uma nova visão da fé e uma doutrina bíblica cristocêntrica.
Na Suíça de fala alemã, Ulrico Zuínglio, Johannes Oekolampad e outros começaram também uma tentativa de Reforma da Igreja Católica, de caráter mais urbano e enriquecida pelo humanismo de Erasmo de Roterdão.
A Igreja da Inglaterra não se deixou influenciar, num primeiro momento, pelo protestantismo, mas depois de sua quebra com a Igreja de Roma, começou uma aproximação com os ideais Reformados. Atualmente a maior parte das Igrejas da Comunhão Anglicana declaram-se Reformadas.
Destruição de ícones em
Zurique (1524).
O protestantismo apresenta elementos em comum apesar de sua grande diversidade. A Bíblia é considerada a única fonte de autoridade doutrinal e deve ser interpretada de acordo com regras históricas e linguísticas, observando-se seu significado dentro de um contexto histórico. A salvação é entendida como um dom gratuito (presente, graça) de Deus alcançado mediante a fé. As boas obras não salvam, sendo resultados da fé e não causa de salvação. O culto sempre é no idioma vernáculo e em sua grande maioria é simples tendo como base as Escrituras Sagradas. O protestantismo histórico, conserva as crenças cristãs ortodoxas tais como a doutrina trinitária, a cristologia clássica, o credo niceno-constantinopolitano, entre outros. Os protestantes expressam suas posições doutrinais por meio de Confissões de Fé e breves documentos apologéticos. A Confissão de Augsburgo expressa a doutrina Luterana. As confissões reformadas incluem a Confissão Escocesa (1560), a segunda Confissão Helvética (1531), a Confissão de Fé de Westminster (1647), os 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra (1562), etc. As Declarações de Barmen contra o regime Nazista e a Breve Declaração de Fé da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos são exemplos de declarações de fé recentes.
O ensino religioso, tem como base o estudo de catecismos. No Luteranismo faz-se uso dos Catecismo Maior e Menor de Lutero. O catecismo de Heildelberg e o Catecismo Maior e Menor de Westminster são utilizados pelas Igrejas Reformadas. O protestantismo rejeita parte das doutrinas que caracterizam o catolicismo tais como: o purgatório, a supremacia papal, as orações pelos mortos, a intercessão dos santos, a Assunção de Maria e sua virgindade perpétua, a veneração dos santos, a transubstanciação, o sacrifício da missa, o culto às imagens etc.
O protestantismo, em maior parte, segue a doutrina Agostiniana da eleição. Estabelece que a salvação é pela graça (favor imerecido) de Deus. Para os protestantes a autoridade da Igreja está vinculada a obediência da palavra de Deus e não à sucessão apostólica. Assim sendo, a Igreja cristã existe onde se escuta e obedece a palavra de Deus.
O protestantismo se disseminou principalmente nos meios urbanos e através da nobreza. A difusão das ideias protestantes foi facilitada pela invenção da imprensa, que tornou possível a divulgação e a tradução da Bíblia nas línguas vernáculas. Desde então, as doutrinas cristãs passaram a necessitar do aval bíblico.
No Concílio de Trento, os bispos católicos partidários de Roma optaram por limitar o aceso laico as escrituras, proibindo a tradução da Bíblia para o vernáculo e impondo a Vulgata em latim como a única Bíblia autorizada e aumentando o índice de livros proibidos aos fiéis (Index Librorum Prohibitorum).
A "Reforma" Protestante alcançou êxito em muitas áreas da Europa. Em sua forma Luterana é predominante no norte da Alemanha e em toda a Península Escandinava. Na Escócia surgiu a Igreja Presbiteriana. As Igrejas Reformadas também frutificaram nos Países Baixos, na Suíça e no oriente da Hungria. Com o desenvolvimento dos impérios europeus , principalmente o Império Britânico, nos séculos XIX e XX o protestantismo continuou a se expandir, se tornando uma fé de escala mundial. Atualmente mais de 600 milhões de pessoas professam alguma das diferentes manifestações do protestantismo no mundo.[carece de fontes]
O protestantismo assumiu três formas básicas: a luterana, a reformada (calvinista) e a anglicana. O protestantismo não possui organização centralizadora, porém suas igrejas estão organizadas em igrejas nacionais e em concílios internacionais tais como a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas e a Federação Luterana Mundial.
O trabalho missionário do século XIX levou a cooperação interdenominacional e consequentemente ao movimento ecumênico do qual surgiu o Conselho Mundial de Igrejas. [carece de fontes] Fora desse protestantismo, que muitos estudiosos denominam "protestantismo magisterial", surgiu outro ramo que se distinguiu tanto do catolicismo como das igrejas protestantes de caráter histórico-nacional. Este ramo recebe o nome de Reforma Radical. O historiador George Williams distingue as seguintes correntes dentro desta reforma: espiritualistas, racionalistas e anabatistas. Os anabatistas rechaçaram a união da igreja e estado e repudiaram o batismo infantil, constituindo-se em igrejas independentes ou segregadas. A maior aportação à modernidade descansaria em sua persistente promoção da separação entre a igreja e o estado, a liberdade religiosa pessoal e o exercício de um governo plenamente democrático em suas congregações.
Princípios fundamentais
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É o principio no qual a Bíblia tem primazia em relação a Tradição legada pelo magistério da Igreja, quando, os princípios doutrinários entre esta e aquela forem conflitantes. Como Martinho Lutero afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: "Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém." O protestantismo também defende a interpretação privada ou juízo privado dos textos bíblicos,[6] conceito exposto por Lutero em outubro de 1520, quando enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa "Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus". Disse Lutero também em outra ocasião que é "sempre melhor ver com um de nossos próprios olhos do que com os olhos de outras pessoas" ("always better to see with one's own eyes than with those of other people").[7] O historiador William Sweet sugeriu que isso posteriormente originou o direito fundamental de liberdade religiosa, bem como a própria ideia de democracia.[8]
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Sola gratia (Somente a Graça ou Salvação Somente pela Graça)
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Afirma que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual.
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Sola fide (Somente a Fé ou Salvação Somente pela Fé)
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Afirma que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.
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Afirma que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficientes para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.
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Afirma que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória.
Catolicismo e protestantismo
As diferenças entre a doutrina católica e a doutrina da maioria dos grupos protestantes é grande. Genericamente, as suas divergências mais significativas dizem respeito ao papel da oração e das indulgências;[9] à comunhão dos santos; à doutrina do pecado original e da graça; à predestinação; à necessidade e natureza da penitência; e ao modo de obter a salvação, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica de que a fé deve ser expressa também através das boas obras (essa grande divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação).[9][10]
Há também diferenças importantes na doutrina da Eucaristia e dos outros sacramentos (os protestantes só professam o Batismo e a Eucaristia, que são apenas para eles meros sinais que estimulam a fé [10]); na existência do Purgatório; no culto de veneração à Virgem Maria e aos santos; na forma de interpretação (com os protestantes a defenderem a interpretação pessoal [11] ou livre-exame das Sagradas Escrituras) e na composição do Cânone das Escrituras; no papel da Tradição oral; na própria natureza, autoridade, administração, hierarquia e função da Igreja (incluindo o papel da Igreja na salvação); no sacerdócio; e também na autoridade e missão do Papa.[9][10]
Contudo, visto que entre as denominações protestantes há diferenças consideráveis,[11] de alguns setores do Anglicanismo, aproximam-se do catolicismo, autointitulando-se como anglo-católicos. Recentemente, o diálogo ecuménico moderno levou finalmente a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação (1999).[12] Além disso, esse diálogo trouxe também vários consensos sobre outras questões doutrinárias importantes, nomeadamente entre os católicos e os anglicanos
Referências
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↑ Encyclopædia Britannica. 2010.. Página visitada em 15 Nov. 2010..
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↑ "Qual é a diferença entre protestantes e evangélicos?". Página visitada em 17 Nov. 2011.
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↑ Online Etymology Dictionary. Página visitada em 19-11-2010.
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↑ Concise Oxford English Dictionary, 11ª edição, artigo 52364.(https://www.diclib.com/[1])
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↑ Christ Church (Reformed Presbyterian Church of North America). Private Interpretation (em inglês). Página visitada em 16 de outubro de 2009.
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↑ Hugh T. Kerr, A Compend of Luther's Theology, p. 16.
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↑ SWEET, William Warren. American Culture and Religion. Six Essays. Dallas: Southern Methodist University Press, 1951, p. 36.
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↑ a b c O que é o Protestantismo, suas incoerências e o falso conceito de ecumenismo. Frente Universitária Lepanto. Página visitada em 4 de Junho de 2009. Nota: ver as frases a bolde (destacadas)
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↑ a b c Princípios gerais (protestantes). Hieros. Página visitada em 4 de Junho de 2009.
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↑ a b Protestantismo. Hieros. Página visitada em 4 de Junho de 2009.
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↑ CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS e FEDERAÇÃO LUTERANA MUNDIAL (1999). Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação. Santa Sé. Página visitada em 4 de Junho de 2009.
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↑ CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS (2007). Growing Together in Unity and Mission: Building on 40 years of Anglican – Roman Catholic Dialogue (em inglês). Santa Sé. Página visitada em 4 de Junho de 2009.
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↑ Jay Diamond, Larry. Plattner, Marc F. and Costopoulos, Philip J. World Religions and Democracy. 2005, page 119.( também em arquivo PDF, p49), diz "Os protestantes não só atualmente constituem 33 por cento da população mundial — cerca de 800 milhões de pessoas — mas desde 1900 o Protestantismo tem crescido rapidamente na África, Ásia, e América Latina."
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↑ "entre 1,250 e 1,750 milhões de aderentes, dependendo do critério empregado": McGrath, Alister E. Christianity: An Introduction. 2006, page xv1.
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↑ "2.1 thousand million Christians": Hinnells, John R. The Routledge Companion to the Study of Religion. 2005, page 441.
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↑ O Futuro não será Protestante. Ricardo Mariano. Publicado pela Universidade de São Paulo em 1999.
Martinho Lutero
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Martinho Lutero, em alemão Martin Luther, (Eisleben, 10 de novembro de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote agostiniano e professor de teologia alemão figura central da Reforma Protestante. Veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador.
Lutero ensinava que a salvação não se consegue apenas com boas ações, mas de um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça através da fé em Jesus como um redentor do pecado. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada[1] e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo.[2] Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.
Sua tradução da Bíblia em outros idiomas que não o latim) fez o livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir[3], e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James.[4] Seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas.[5] Seu casamento com Catarina von Bora estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio de padres protestantes.[6]
Em seus últimos anos, Lutero tornou-se algo antissemita, chegando a escrever que as casas judaicas deveriam ser destruídas, e suas sinagogas queimadas, dinheiro confiscado e liberdade cerceada. Essas afirmações fizeram de Lutero uma figura controversa entre muitos historiadores e estudiosos.[7]
Qaul foi o motivo que levou Lutero a fazer a reforma?
A controvérsia acerca das indulgências
Além de suas atividades como professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" - porque ali havia uma coleção de relíquias, estabelecidas por Frederico III da Saxônia). Foi durante esse período que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis, como se esses fossem fregueses, poderia acarretar.
A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer para um parente já morto que estivesse no Purgatório. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a tradição, a 31 de outubro de 1517 foram afixadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.
As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilitou a distribuição simples e ampla do documento.
Os tratados de 1520
[editar] A Nobreza alemã
A disputa havida em Leipzig, em 1519, fez com que Lutero travasse contato com os humanistas, especialmente Melanchthon, Reuchlin e Erasmo de Roterdã, que por sua vez também influenciara ao nobre Franz von Sickingen. Von Sickingen e Silvestre de Schauenbur queriam manter Lutero sob sua proteção, convidando-o para seus castelos na eventualidade de não ser-lhe seguro permanecer na Saxônia, em virtude da proscrição papal.
Sob essas circunstâncias de crise, e confrontando aos nobres alemães, Lutero escreveu "À Nobreza Cristã da Nação Alemã" (agosto de 1520), onde recomendava ao laicado, como um sacerdote espiritual, que fizesse a reforma requerida por Deus, mas abandonada pelo Papa e pelo clero. Pela primeira vez Lutero referiu-se ao Papa como o Anticristo[15].
As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a questões doutrinárias, mas também aos abusos eclesiásticos:
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a diminuição do número de cardeais e outras exigências da corte papal;
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a abolição das rendas do Papa;
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o reconhecimento do governo secular;
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a renúncia da exigência papal pelo poder temporal;
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a abolição dos Interditos e abusos relacionados com a excomunhão;
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a abolição das peregrinações nocivas;
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a eliminação dos excessivos dias santos;
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a supressão dos conventos para monjas, da mendicidade e da suntuosidade; a reforma das universidades;
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a ab-rogação do celibato do clero;
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e, finalmente, uma reforma geral na moralidade pública.
Muitas destas propostas refletiam os interesses da nobreza alemã, revoltada com sua submissão ao Papa e, principalmente, com o fato de terem que enviar riquezas a Roma.
Todos cobramos o sangue dos Santos que a Igreja Católica derramou e esta coberta por ele, mas até hoje ninguém cobrou o sangue derramado dos filhos de Deus pelos Protestantes, não importa se pecaram ou não Deus é quem puni não um seguimento de uma Igreja.
Anti-semitismo
Martinho Lutero foi anti-semita:[17][18][19]
"A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e jóias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (…), postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos (…), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus". – "Sobre os judeus e suas mentiras" de Martinho Lutero.[20][21][22][23]
O historiador Robert Michael escreve que Lutero estava preocupado com a questão judaica toda a sua vida, apesar de dedicar apenas uma pequena parte de seu trabalho para ela.[24][25][26] Seus principais trabalhos sobre os judeus são Von den Juden und Ihren lügen ("Sobre os judeus e suas mentiras"), e Vom Schem Hamphoras und vom Geschlecht Christi ("Em Nome da Santa linhagem de Cristo") - reimpressas cinco vezes dentro de sua vida - ambas escritas em 1543, três anos antes de sua morte.[26] Nesses trabalhos Lutero afirmou que os judeus já não eram o povo eleito, mas o "povo do diabo".[26] A sinagoga era como "uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica" e os judeus estavam "cheios das fezes do demónio,... nas quais se rebolam como porcos"[25] Lutero aconselhou as pessoas à incendiarem às sinagogas, destruindo os livros judaicos, proibir os rabinos de pregar, e apreender os bens e dinheiro dos Judeus e também expulsá-los ou fazê-los trabalhar forçosamente.[23] Lutero também parecia aconselhar seus assassinatos,[27] escrevendo "É nossa a culpa em não matar eles."[28]
A campanha contra os judeus de Lutero foi bem sucedida na Saxónia, Brandenburg, e Silésia. Josel de Rosheim (1480-1554), que tentou ajudar os judeus na Saxónia, escreveu em seu livro de memórias a situação de intolerância foi causada por "(…) esse sacerdote cujo nome é Martinho Lutero - (…) seu corpo e alma vinculada até no inferno!! - que escreveu e publicou muitos livros heréticos no qual disse que quem ajudasse judeus seriam condenados à perdição."[29] Josel teria pedido a cidade de Estrasburgo para proibir a venda das obras antijudaicas de Lutero; porém seu pedido foi-lhe negado quando um pastor luterano de Hochfelden argumentou em um sermão que os seus paroquianos deviam assassinar judeus. O anti-semitismo de Lutero persistiu após a sua morte, ao longo de todo o ano 1580, motins expulsaram judeus de vários estados luteranos alemães.[26][30]
A opinião predominante[31] entre os historiadores é que a sua retórica antijudaica contribuiu significativamente para o desenvolvimento do anti-semitismo na Alemanha,[32][33][34][35][36] e na década de 1930 e 1940 auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques a judeus.[37] O próprio Adolf Hitler em sua autobiografia Mein Kampf considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, o Grande, e Richard Wagner.[38] Em 5 de outubro de 1933, o Pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen, declarou publicamente, que "Hitler não teria sido possível, sem Martinho Lutero".[39] Julius Streicher, o editor do jornal Nazista Der Stürmer, argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg "que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes".[40] Em novembro de 1933, uma manifestação protestante que reuniu um recorde de 20.000 pessoas, aprovou três resoluções:[41]
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Judeus Batizados devem ser retirados da Igreja;[41]
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O Antigo Testamento deve ser excluído da Sagrada Escritura.[41]
Diversos historiadores (entre os quais se destacam William L. Shirer e Michael H. Hart[42]) sugerem que a influência de Lutero tenha auxiliado a aceitação do nazismo na Alemanha pelos protestantes no século XX. Shirer fez a seguinte observação em Ascensão e queda do Terceiro Reich:
"É difícil compreender a conduta da maioria dos protestantes nos primeiros anos do nazismo, salvo se estivermos prevenidos de dois fatos: sua história e a influência de Martinho Lutero (para evitar qualquer confusão, devo explicar aqui que o autor é protestante). O grande fundador do protestantismo não foi só anti-semita apaixonado como feroz defensor da obediência absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre de judeus (…) – conselho que foi literalmente seguido quatro séculos mais tarde por Hitler, Göring e Himmler.[21]
Por outro lado, especialmente Shirer recebeu críticas por essa sua observação, sendo acusado de não conhecer suficientemente a história alemã e por ter interpretado incorretamente certos acontecimentos ou mesclado suas opiniões pessoais em seu livro.[43] Também os cristãos luteranos afirmam que a Igreja Luterana tem esse nome em homenagem ao seu mais famoso líder, porém não acata todos os escritos teológicos de Lutero, principalmente os escritos que atacam os judeus. Desde os anos 1980, alguns órgãos da Igreja Luterana formalmente denunciaram e dissociaram-se dos escritos de Lutero sobre os judeus. Em Novembro de 1998, no 60o aniversário de Kristallnacht, a Igreja Luterana da Baviera emitiu uma afirmação: "é imperativo para a Igreja Luterana, que sabe que é endividada ao trabalho e a tradição de Martinho Lutero, de levar a sério também as suas declarações anti-judaicas, reconhece a sua função teológica, e reflete nas suas conseqüências. Temos que nos distanciar de cada [expressão de] antissemitismo na teologia Luterana."[44][45][46][47][48]
A discordância com João Calvino
No movimento reformista (também chamado de Reforma), Lutero não concordou com o "estilo" de reforma de João Calvino. Martinho Lutero queria reformar a Igreja Católica,[51] enquanto João Calvino, acreditava que a Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se propunha a organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina (e também em alguns costumes), seria idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu reformá-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando, então, o Protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam presos a convenções ou épocas. A doutrina luterana está explicitada no "Livro de Concórdia", e não muda, embora os costumes e formas variem de acordo com a localidade e a época.
Declaração conjunta sobre a doutrina da Justificação pela Fé
Em 31 de outubro de 1999, foi assinada uma Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação pela Fé[60], redigida e aprovada pela Federação Luterana Mundial e pela Igreja Católica Apostólica Romana. O preâmbulo do documento diz que a declaração "quer mostrar que, com base no diálogo, as Igrejas luteranas signatárias e a Igreja católica romana estão agora em condições de articular uma compreensão comum de nossa justificação pela graça de Deus na fé em Cristo. Esta Declaração Comum (DC) não contém tudo o que é ensinado sobre justificação em cada uma das Igrejas, mas abarca um consenso em verdades básicas da doutrina da justificação e mostra que os desdobramentos distintos ainda existentes não constituem mais motivo de condenações doutrinais". A declaração pode ser resumida neste trecho: "Confessamos juntos que o pecador é justificado pela fé na acção salvífica de Deus em Cristo; essa salvação lhe é presenteada pelo Espírito Santo no baptismo como fundamento de toda a sua vida cristã. Na fé justificadora o ser humano confia na promessa graciosa de Deus; nessa fé estão compreendidos a esperança em Deus e o amor a Ele".[61]
Referências
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↑ Bainton, Roland. Here I Stand: a Life of Martin Luther. New York: Penguin, 1995, p. 223.
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Ver também
EVANGÉLICOS E SEUS COSTUMES:
No século XIX houve o surgimento dos movimentos de Grande Despertar no mundo anglo-saxônico, surgiu a tradição Evangélica, originária do metodismo, da cultura da fronteira agrícola do Oeste Americano e dos Evangelistas urbanos na Grã-Bretanha industrial. Enfatiza Deus vindo ao encontro da humanidade, assim o culto é voltado à Igreja. A ordem do serviço é mais livre, contando com grande participação laica, instrumentos tocando músicas religiosas com estilos contemporâneos e populares, com apresentações individuais, hora do apelo e expectativa de novos convertidos aceitarem a Jesus como salvador e ao domingos pela manhã Escolas Bíblicas Dominicais.
Culto cristão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O culto tem sido considerado, pela maioria dos cristãos, como o ato central de identidade cristã através da história. Muitos teólogos cristãos têm definido
Pentecostalismo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pentecostalismo é um movimento de renovação de dentro do cristianismo, que coloca ênfase especial em uma experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo.[1] O termo Pentecostal é derivado Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os cristãos, este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Livro de Atos, Capítulo 2.[2] Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento.
O pentecostalismo é um termo amplo que inclui uma vasta gama de diferentes perspectivas teológicas e organizacionais. Como resultado, não existe nenhuma organização central ou igreja que dirige o movimento. Os pentecostais podem ser inseridos em mais de um grupo cristão, indo do trinitariano até o não-trinitariano.[3] Muitos grupos pentecostais são afiliados ao Conferência Mundial Pentecostal. No Brasil é comum os pentecostais se auto-identificarem com termo evangélico.
A ênfase do pentecostalismo sobre o
charisma o coloca dentro do
cristianismo carismático, um enorme agrupamento de cristão que tem aceitado alguns ensinamentos pentecostais sobre o batismo no Espírito e dons espirituais. O pentecostalismo está teologicamente e historicamente próximo ao
Movimento Carismático, influenciando tão significativamente o movimento, que às vezes os termos
pentecostal e
carismático são usados indistintamente. Todo o movimento pentecostal no mundo inclui cerca de 588 milhões de pessoas.
[
Pentecostalismo moderno
Se chama pentecostalismo histórico ou moderno o conjunto de igrejas cristãs que a partir do século 20 começaram enfatizar o sentir da presença do Espírito Santo e a praticar a glossolalia. Veja abaixo a sua descrição:
Pentecostalismo Clássico
O Pentecostalismo clássico é o que começou em 1901 entre cristãos que se reuníam na rua Azusa em Los Angeles, EUA e simultaneamente em vários outros lugares na América do Norte. É a maior corrente pentecostal entre todas as demais, pois está conformada por organizações religiosas que se formaram naqueles anos e mantém manifestações espirituais e doutrinas similares.[24]
Dentro do pentecostalismo clássico norte-americano existem três orientações principais: Santidade-Wesleyana, Vida Superior e Unitários.[25] Exemplos de denominações wesleyanas de santidade inclui a Igreja de Deus em Cristo (IDC) e a Igreja Pentecostal Internacional de Santidade (IPIS). A Igreja do Evangelho Quadrangular é um exemplo do ramo Vida Superior, enquanto as Assembléias de Deus (AD) foi influenciada pelos dois grupos.[25][26] Algumas igrejas unitárias inclui a Igreja Internacional Pentecostal Unida (IPU), Assembleia Pentecostal do Mundo (APM), e Assembléias do Senhor Jesus Cristo (ASJC). Muitas igrejas pentecostais são afiliadas com a Conferência Mundial Pentecostal. O pentecostalismo reivindica cerca de 588 milhões de adeptos no mundo inteiro.[4]
Glossolalia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
-
Nota: Se procura outras acepções para o fenômeno, veja Dom de línguas.
Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]) é um fenômeno de psiquiatria e de estudos da linguagem, em geral ligado a situações de fervor religioso, em que o indivíduo crê expressar-se em uma língua por ele desconhecida, em geral inexistente, mas por ele tida como de origem divina; entretanto essas falas são caracterizadas pela repetição da cadeia sonora, sem qualquer significado sistemático e, ainda, com raras unidades linguísticas previsíveis, sendo o falante incapaz de repetir qualquer dos enunciados já pronunciados.[1]
A glossolalia religiosa é o nome pelo qual algumas denominações pentecostais e correntes religiosas como a Renovação Carismática Católica denominam a capacidade de reproduzir o fenômeno conhecido por dom de línguas, descrito no segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos.[2], embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, pelos apóstolos, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em Jerusalém entenderem em seu próprio idioma o que estes diziam: "porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".[3]
Crença
[editar] Visão geral
Pentecostais enfatizam o ensino do "evangelho pleno" ou "evangelho quadrangular". O termo "quadrangular" refere-se as quatro crenças fundamentais do pentecostalismo: Jesus salva, conforme João 3:16; batiza com o Espírito Santo, conforme Atos 2:4; cura o corpo, conforme Tiago 5:15; e está vindo novamente para aqueles que foram salvos, conforme I Tessalonicenses 4:16–17.[54] Eles são evangelicais na medida em que enfatizam a confiabilidade da Bíblia e a necessidade de transformação de vida do indivíduo por meio da fé em Jesus.[55]
Pentecostais, assim como outros evangelicais, geralmente aderem a doutrina da divina inspiração e inerrância bíblica—crença que a Bíblia, na língua original em que foi escrita, é infalível.[56] Essa crença é expressa nas declarações doutrinárias de diversas organizações pentecostais, como a Declaração de Verdades Fundamentais das Assembléias de Deus, a Afirmação de Fé da Igreja de Deus em Cristo, e a Declaração de Fé da Igreja do Evangelho Quadrangular. Entretanto, pentecostais diferem de outros evangelicais por reijeitarem o cessacionismo.[57] Pentecostais acreditam que os dons espirituais, assim como o falar em línguas e profecia, não cessaram após o fechamento do cânon bíblico e ainda estão disponíveis para os cristãos modernos.
Para evitar confusão quando se estuda as crenças pentecostais, deve-se notar que os pentecostais identificam três usos distintos da palavra "batismo" no Novo Testamento:
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Batismo para dentro do corpo de Cristo: Refere-se à salvação. Todo crente em Cristo é feito parte de seu corpo, a Igreja, através do batismo. O Espírito Santo é o agente, e o corpo de Cristo é o meio.[58]
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Batismo em água: Simboliza o morrer para o mundo e o viver em Cristo, o batismo nas águas é um símbolo externo do que já foi realizado pelo Espírito Santo, a saber, o batismo para dentro do corpo de Cristo.[59]
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Batismo com o Espírito Santo: Esta é uma experiência de capacitação distinta do batismo para dentro do corpo de Cristo. Neste batismo, Cristo é o agente e o Espírito Santo é o meio.[58]
Uma congregação pentecostal no
Brasil.
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A crença central do pentecostalismo é que através da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo, os pecados podem ser perdoados e a humanidade reconciliada com Deus.[60] Este é o Evangelho ou "boa notícia". A exigência fundamental do pentecostalismo é que as pessoas sejam nascidas de novo.[61] O novo nascimento é recebido pela graça de Deus mediante a fé em Cristo e a sua aceitação como Senhor e Salvador pessoal.[62] No nascer de novo, o crente é regenerado, justificado, adotado na família de Deus, e santificado.[63] A soteriologia pentecostal é geralmente mais arminiana que calvinista.[64] A segurança do crente é uma doutrina realizada dentro do pentecostalismo, no entanto, fé e arrependimento são necessários para a salvação e continuam a ser necessários para a continuação dessa salvação.[65] Pentecostais acreditam em um céu e um inferno literais, o primeiro para aqueles que aceitaram o dom divino da salvação, e o segundo para aqueles que o têm rejeitado.[66]
Também, a maioria não acredita que o batismo no Espírito ou falar em línguas seja necessário para a salvação; contudo, os crentes são incentivados a procurar essas experiências.[67][68][69]
Batismo no Espírito
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A crença e prática pentecostal centraliza-se sobre sua compreensão de plenitude ou Batismo no Espírito Santo. A maioria dos pentecostais creêm que no momento do novo nascimento (regeneração), o novo crente tem a presença do Espírito Santo (habitação).[68] Enquanto o Espírito "habita" em cada cristão, pentecostais creêm que Cristo deseja "encher" o crente com o Espírito Santo. Para os pentecostais, este "enchimento" ou batismo com o Espírito Santo é uma experiência definitiva que acontece depois da salvação e capacita aqueles que foram cheios com o poder à servir e testemunhar, e também experimentar os dons espirituais descritos na Bíblia.[70] A posição defendida pela maioria dos grupos pentecostais sobre os cristãos que não tiveram a experiência de ser batizado no Espírito Santo pode ser resumido nesta declaração da Assembleia de Deus dos EUA :
o Espírito está operando em todos os cristãos, sejam batizados no Espírito ou não. Deus também pode usar e não usar os cristãos que, por uma razão ou outra, não receberam a experiência do Batismo. Nunca devemos desvalorizar este ministério. Ainda assim, reconhecemos o batismo no Espírito Santo fará da vida e do ministério ainda mais eficaz.
[71]
Tradicionalmente, os pentecostais ensinam que a "evidência física inicial" do batismo no Espírito Santo é o falar em línguas. Embora falar em línguas seja um sinal imediato e óbvio de quem foi cheio do Espírito Santo, esta não é a única evidência. Grupos pentecostais que aderem à doutrina da evidência inicial creêm que falar em línguas "é seguido por todas as evidências da semelhança de Cristo que marca uma vida coerente cheia do Espírito Santo".[72]
Apesar do falar em línguas freqüentemente receber forte ênfase entre os pentecostais, a maioria também reconhece outros dons sobrenaturais que podem ser recebidos a partir do Espírito Santo. A maioria dos pentecostais reconhecem que nem todos os cristãos, necessariamente, recebem todos esses dons. Uma lista é freqüentemente citada em 1 Coríntios 12:8-11 que inclui os seguintes dons: palavra de sabedoria (capacidade de fornecer orientação sobrenatural em decisões), palavra de conhecimento (transmissão de informações fatuais do Espírito), fé, cura, operação de milagres, profecia (pronunciamento de uma mensagem de Deus, não necessariamente envolvendo o conhecimento do futuro), discernimento de espíritos (capacidade de dizer se os maus espíritos estão em serviço), línguas, e interpretação de línguas.[70]
Dons Espirituais
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De acordo com os pentecostais, todas as manifestações do Espírito devem ser julgados pela igreja. Isto é possível, em parte, pelo dom de discernimento de espíritos, que é a capacidade de discernir a se fonte de uma manifestação espiritual é o Espírito Santo, um espírito maligno, ou o espírito humano.[73]
Pentecostais normalmente concordam com o princípio protestante do Sola Scriptura. A Bíblia é a " única regra do suficiente de fé e prática", ela é "fixa, completa, e uma revelação objetiva".[74] Paralelamente a este grande respeito pela autoridade das Escrituras está a crença de que o dom de profecia continua a ser dado aos crentes em tempos pós-bíblicos. A profecia não é compreendida pelos pentecostais como a capacidade de pregar, embora a profecia e a pregação possam sobrepor-se às vezes. Pentecostais definem profecia como uma "manifestação espontânea da graça de Deus, recebida por revelação, (às vezes como uma visão, em outros momentos como sentimentos ou pensamentos) e falada pelo Espírito através de um cristão, na língua dos destinados à ouvir a palavra profética. Se vinda como palavra falada em uma situação específica".[75] Como todos os dons, a profecia é dada a comunidade cristã para encorajar e fortalecer a fé. A profecia sempre está subserviente e sob a autoridade das Escrituras.[76]
[editar] Falar em línguas
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Falar em línguas é uma distintiva prática pentecostal. Um crente pentecostal em uma experiência espiritual pode vocalizar fluentemente expressões ininteligíveis (glossolalia), ou articular uma linguagem alegadamente natural até então desconhecida para ele (xenoglossia).
Dentro pentecostalismo, geralmente há uma distinção entre dois tipos de línguas. Primeiro, muitos a vêem como a evidência inicial do Batismo no Espírito Santo, quando um crente fala em línguas pela primeira vez.[77] A maioria das denominações pentecostais a consideram como o sinal de que o crente está cheio do Espírito Santo.[67] Segundo, pentecostais frequentemente referem-se a um dom de línguas.[77] Isto é, quando uma pessoa é movida por Deus para falar em línguas "conforme o Espírito Santo lhes concedia" (At 2:4). Este dom de línguas pode ser exercido em qualquer lugar, mas muitas denominações insistem que só deve ser exercido quando uma pessoa que tem o dom de interpretação de línguas está presente, mesmo que seja outra pessoa, ou o mesmo que dá a língua. O intérprete deve traduzir as língua estranha na língua nativa dos cristãos, para que todos possam entender a mensagem. Estes regulamentos de ordem da igreja são tomadas de (1Co 14.13) e (1Co 14.27-28).
Muitos pentecostais, principalmente após o crescimento e a influência do movimento carismático, acreditam que o dom de línguas é diferente de línguas como uma lingua de oração ou falar em línguas (uma língua desconhecida). De acordo com este ponto de vista, falar em línguas é uma declaração concedida por Deus para a oração, e o dom de línguas é um raro milagre em que Deus permite que um cristão fale em uma língua estrangeira que não tenha previamente estudado a fim de proclamar o evangelho. Outros pentecostais acreditam que elas são tudo a mesma coisa, em que o dom de línguas seja falar línguas desconhecidas (incluindo a dos anjos) não com a finalidade de se comunicar com os outros, mas para "a comunicação entre o espírito e Deus".[78] Quando utilizado esse caminho, falar em línguas é muitas vezes referido como uma "lingua de oração". Alguns grupos de pentecostais enfatizam a idéia de falar em línguas somente quando o Espírito Santo vem sobre um indivíduo, e não crêem que alguém pode legitimamente falar em línguas na vontade.
No início do século 20, a maioria dos missionários pentecostais, juntamente com proeminentes líderes pentecostais, sustentaram que o falar em línguas era uma forma de xenoglossia em que o Espírito Santo lhes permite falar em outras línguas. Contínuas investigações repetidamente concluíem que o falar em línguas era uma forma de dicção que faltava toda a estrutura sintática, e quase sempre consistia de sílabas tiradas da língua materna do orador, teólogos pentecostais redefiniu suas crenças.[79] A maioria prega agora que falar em línguas é uma lingua de oração pessoal, ou glossolalia, com as excepções acima referidas, não xenoglossia.
Cura
Membros da Igreja Pentecostal de Deus oraram por uma menina em 1946 em Lejunior,
Kentucky
Orar pelos doentes é uma importante prática em muitas igrejas pentecostais. As práticas variam, mas geralmente esta oração inclui o pastor ungir o doente com azeite e a ajuda dos anciãos da igreja, juntamente com os colaboradores pastorais, e a imposição de mãos sobre o requerente da oração.[80] Baseado no relato de Atos 19:11-12, alguns pentecostais ungem e oram sobre "panos de oração", que podem ser colocados perto de uma parte do corpo doente.[81]
[editar] Outras práticas distintas
Além dos dons espirituais, alguns pentecostais creêm em outras manifestações (respostas físicas) da presença do Espírito Santo. Dois dos exemplos mais conhecidos são o dançar no Espírito e, o que é descrito como,[82] uma forma de prostração conhecida como "cair no Espírito".[83] Embora fenômenos como estes estejam presentes no pentecostalismo desde o seu início, nem todos os pentecostais concordam com a legitimidade bíblica e adequação de algumas ou de todas as formas de manifestações físicas. A freqüência e a importância de sua ocorrência em um culto pentecostal pode variar, de ser comum em uma igreja local a ser inexistente em outra. Matando e dançar no Espírito são duas práticas originadas no pentecostalismo clássico, mas agora são mais comuns entre os neo-pentecostais e os grupos carismáticos.
Tradicionalmente, dançar no Espírito é definido como,
um único participante espontaneamente "dançando" com os olhos fechados, sem esbarrar em pessoas ou objetos próximos, obviamente sob o poder e orientação do Espírito.... Se a experiência acontece, é porque o adorador (sic) tornou-se tão extasiado com a presença de Deus que o Espírito toma o controle dos seus movimentos físicos, bem como o ser espiritual e emocional.
[83]
Uma definição diferente, mais recente de dançar no Espírito desenvolveu-se também entre alguns pentecostais. Esta compreende o dançar no Espírito como um ato de adoração congregacional, semelhante ao canto e oração. Segundo esta definição, ela é uma "dança espontânea pela congregação (geralmente no lugar e sem parceiros)".[84] Aqueles que aderem à definição tradicional tendem a desencorajar a identificação do último tipo com a dança no Espírito.[83]
Matando ou descansando no Espírito (também conhecido como "cair sob o poder") é um fenômeno no qual uma pessoa cai (geralmente) para trás ao mesmo tempo que estava orando.[83] Pentecostais creêm que o cair pode ser causado por "uma grande experiência da presença de Deus".[84] Embora não seja um exemplo de manifestações do Espírito, a "marcha para Jericó" é um exemplo de uma prática tradicional pentecostal rara que não viu avivamento nas igrejas independentes carismáticas. Trata-se de uma congregação marchando com gritos de oração e cantando.[85]
[editar] Ordenanças e práticas
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Como em outras igrejas cristãs, os pentecostais acreditam que certos rituais ou cerimônias foram instituídos como um padrão e ordenação por Jesus no Novo Testamento. Alguns pentecostais preferem chamar estas cerimônias de ordenanças, ao invés de sacramentos. Muitos cristãos chamam isso de sacramentos, no entanto, este termo não é utilizado por alguns pentecostais que não vêem as ordenanças como meios de graça.[81] Como alternativa o termo ordenança sacerdotal é utilizado para designar a crença distinta de que a graça é recebida diretamente de Deus para o congregante com o oficiante servindo apenas como um canal.
A ordenança do batismo é o símbolo exterior de uma conversão interior, que já teve se realizou. Portanto, a maioria dos grupos pentecostais pratica o batismo de crentes por imersão. As visões pentecostais sobre o batismo são divididas em dois campos principais: a corrente trinitária e o "Nome de Jesus" ou "Só Jesus". A corrente trinitária ensina que a formulação exata da fórmula batismal é irrelevante, já que é a autoridade de Deus e a obediência do destinatário que forma os fatores críticos. A doutrina do "Nome de Jesus" declara que o batisador deve usar uma fórmula que diz: "Em nome do Senhor Jesus Cristo", em vez da tradicional fórmula trinitária comum a praticamente todas as outras igrejas cristãs. Este ponto de vista surgiu da "Nova Emanação" ou "Nova Revelação" que Frank Ewart, um pregador batista australiano, alegou ter recebido como uma profecia divina, em 1913,[86] e é largamente realizada hoje pelos pentecostais unitários.
A ordenança da Comunhão é vista como uma ordem direta dada por Jesus na Última Ceia, a ser feito em sua memória. Algumas igrejas pentecostais usam suco de uva, em vez de vinho.[87][88]
Lava-pés também é tido como uma ordenança por algums pentecostais, especialmente a Igreja Internacional Pentecostal unida (IIPU) e a Igreja de Deus em Cristo (IDC).[89][90] É considerado uma "ordenança de humildade", porque Jesus mostrou humildade ao lavar os pés dos discípulos em João 13.14-17.[81] Outras denominações, tais como as Assembleias de Deus e a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), não tem isso como uma ordenança, mas deixam isso à consciência individual.[91][92]
Santidade e Vida Superior Pentecostal
A teologia pentecostal foi moldada por movimentos que cresceram a partir da: Santidade-Wesleyana e Vida Superior. Os participantes desses movimentos acreditavam que, após uma experiência de conversão (a "primeira benção") haveria uma experiência de "crise de santificação" ou a "segunda benção".[93] Pregadores wesleyanos de santidade ensinavam que essa experiência eliminaria imediatamente o pecado na vida cristã, resultando na "perfeição de pureza." Cristãos de Vida Superior compartilhavamm dessa crença em uma segunda bênção, mas entendiam de modo diferente. Eles não a viam, essa experiência, como a eliminação total do pecado, mas como uma "consagração plena que lhes empoderava ao evangelismo." Os primeiros pentecostais, portanto, entendiam o Batismo no Espírito Santo como essa "segunda benção" e falar em línguas como sua evidência física.[93] A orientação de santidade-wesleyana era a posição universal nos primeiros dias do pentecostalismo defendendo um triplo processo de conversão, a santificação progressiva e batismo no Espírito Santo.[94]
Obra Plena
Na primeira década do século XX, surgiu a controvérsia sobre uma nova doutrina, Finished-Work, que difere da santidade-Wesleyana e da Vida Superior pentecostal. A doutrina da Obra Plena professa uma dupla experiência de conversão e de batismo no Espírito, já que a santificação é vista como progressista e não como instantânea. Este argumento produziu um profundo cisma e foi visto como falacioso e contencioso por pentecostais ortodoxos, os quais assumiram o Batismo no Espírito como a prova da segunda obra.[94]
Denominações e ligações
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Com um número estimado de 115 milhões de seguidores no mundo em 2000, o pentecostalismo é classificado como a "terceira força do cristianismo", sendo as duas primeiras o Catolicismo e o protestantismo.[95] Pentecostais e igrejas carismáticas têm crescido rapidamente em muitas partes do mundo.[96][97] A grande maioria dos pentecostais estão em países em desenvolvimento embora muitas das suas lideranças internacionais estejam na América do Norte. O movimento desfruta hoje de uma grande onda no hemisfério sul, que inclui África, América latina, e muito da Ásia.[98][99] Uma das razões para este crescimento é o apelo do pentecostalismo aos pobres.[100] Conforme o relatório das Nações Unidas, o movimento é "o mais bem sucedido em recrutar membros da classe pobre."[101]
Em 1998, existiam 11.000 denominações pentecostais ou carismáticas diferentes pelo mundo. A mais ampla denominação pentecostal no mundo, as Assembleias de Deus têm aproximadamente 63 milhões de seguidores pelo mundo.[102][103] Ela tem uma presença significativa em muitos países, incluindo Cuba, Egito, Índia, Indonésia e Nigéria.[104] A Igreja de Deus (Cleveland) tem uma membresia de mais de 6 milhões,[105] a Igreja de Deus em Cristo tem uma membresia de 5.5 milhões,[2] A Igreja do Evangelho Quadrangular tem 5 milhões de membros, a Igreja Internacional Pentecostal Unida tem uma membresia de mais de 4 milhões,[106] e a Igreja Internacional Pentecostal de Santidade tem mais de 3 milhões de membros.[107]
A maior igreja pentecostal no mundo é a Igreja do Evangelho Pleno de Yodo na Coréia do Sul. Fundada por David Yonggi Cho em 1958, ela possui 780,000 membros em 2003.[108] A enorme igreja australiana, Hillsong, tem uma membresia de 19,000 e suas canções são cantadas nas igrejas pelo mundo a fora.
Pentecostalismo Brasileiro
O movimento pentecostal pode ser dividido em três ondas delineadas por suas características sócio-religiosas e contexto cronológico. Além das grandes denominações pentecostais, existem hoje centenas de "ministérios independentes" ou novas denominações surgindo anualmente no Brasil e no mundo.
Primeira Onda Pentecostal
A primeira, chamada pentecostalismo clássico, abrangeu o período de 1910 a 1950 e iniciou-se com sua implantação no país, decorrente da fundação da Congregação Cristã no Brasil e da Assembleias de Deus até sua difusão pelo território nacional. Desde o início, ambas igrejas caracterizam-se pelo anticatolicismo, pela ênfase na crença no batismo no Espírito Santo e por um ascetismo que rejeita os valores do mundo e defende a plenitude da vida moral e espiritual. Francescon, Berg e Vingren tiveram matriz pentecostal comum, ao receberem as novas doutrinas na Missão de Fé Apostólica conduzida pelo Pastor William H. Durham, ex-pastor batista, em Chicago, Illinois.
A primeira denominação desse movimento organizada no Brasil em 1910 com a vinda do missionário Louis Francescon, que atuou em colônias italianas no Sul e Sudeste do Brasil. Francescon realizou em 1910, o primeiro batismo de orientação pentecostal em solo brasileiro com a conversão de onze almas, originando a Congregação Cristã no Brasil em Santo Antônio da Platina - Paraná, e no mesmo ano inicia esta igreja no Bairro do Brás em São Paulo.
Em 1911 Daniel Berg e Gunnar Vingren, iniciaram suas missões no Pará e Nordeste, dando origem a Assembleias de Deus. O movimento das Assembléias de Deus cresceu do norte-nordeste para o sul, com apoio inicial do movimento pentecostal escandinavo e posteriormente transferência de aliança com as Assemblies of God americanas. Com os anos surgiram ministérios e convenções, dos quais muitos são independentes (não afiliados à Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil).
Além da Congregação Cristã no Brasil e da Assembléia de Deus surgiram outras pequenas denominações pentecostais clássicas nos primeiros quarenta anos do pentecostalismo brasileiro. Em 1932, foi organizada a Igreja de Cristo no Brasil em Mossoró (Rio Grande do Norte). A Igreja de Cristo divergiu das demais igrejas pentecostais da primeira onda ao seguir o dogma da "eterna segurança" mais conhecida como Perseverança dos santos. Esta também defende que o cristão recebe o batismo do Espírito Santo no momento da conversão e não como segunda bênção seguida de dons de línguas. Em Catalão, GO em 1935 foi fundada a Igreja Evangélica do Calvário Pentecostal. Esta igreja uniu-se à Igreja de Deus de Cleveland, EUA, e se tornou a Igreja de Deus no Brasil, hoje presente em todos os estados brasileiros. A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo foi fundada em São Paulo em 1936 por Marcos Batista. A Missão Evangélica Pentecostal do Brasil, fundada em Manaus em 1939, de origem americana, mas que atualmente atua de forma independente, com direção nacional e credo baseado no Pentecostalismo Clássico, de característica moderada quanto à questão de usos e costumes. Uma das denominações considerada a revolucionaria espiritual do Brasil é a Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, fundada em 7 de setembro de 1946 por Mário Roberto Lindstron, Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho. A Igreja Evangélica Avivamento Bíblico conta hoje com mais de 3.000 pessoas.
Segunda Onda Pentecostal
A segunda onda começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São Paulo dois missionários norte-americanos da International Church of The Foursquare Gospel. Na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina, iniciaram a evangelização das massas, principalmente pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja do Evangelho Quadrangular. No seu rastro, surgiram o Ministério Cristo Vive, O Brasil para Cristo, Igreja União Evangélica Pentecostal ,Igreja Pentecostal Deus é Amor, Casa da Bênção, Igreja Unida, Igreja de Nova Vida e diversas outras igrejas pentecostais menores como a Igreja Presbiteriana Pentecostal dentre outras.
Terceira Onda Pentecostal
A terceira onda, chamada de Neopentecostalismo, teve início na segunda metade dos anos 1970. Fundadas por brasileiros, as mais antigas são a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro, 1980), liderada e fundada pelo missionário R. R. Soares, ambas presentes na área televisiva com seus televangelistas. Posteriormente, temos o surgimento da Renascer em Cristo (São Paulo, 1986), da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992) e do Ministério Internacional da Restauração (1992). De um modo geral, utilizam intensamente a mídia eletrônica, impressa e editorial, algumas aplicam técnicas de administração empresarial, com uso de marketing, planejamento estatístico, análise de resultados etc. Algumas pregam a Teologia da Prosperidade, pela qual o cristão está destinado à prosperidade terrena, rejeitando os tradicionais usos e costumes austeros dos pentecostais. O neopentecostalismo constitui a vertente pentecostal mais influente, a que mais cresce e também a mais liberal em questões de costumes.
O CREDO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS SEUNDO O SITE
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Nosso credo
As afirmações que se seguem, especificam claramente a posição do nosso ensino quanto às principais Doutrinas Bíblicas e que, portanto, providenciam as bases do currículo e da instrução do Instituto Bíblico das Assembléias de Deus – IBAD.Esta declaração de fé oferece também um modelo e escudo protetor que visa preservar a Instituição e seus alunos contra desvios teológicos.A base do nosso Credo e Ensino são a Bíblia Sagrada e as doutrinas criadas e postuladas pela Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Brasil.
A Bíblia
Nós ensinamos que as Sagradas Escrituras são a revelação escrita de Deus para o homem e assim, os sessenta e seis livros da Bíblia que nos foi dado pelo Espírito Santo, constituem a plena Palavra de Deus ( I CO 2.7-14; II Pe 1.20,21).Nós ensinamos que a Bíblia é verbalmente inspirada em cada palavra (II Tm 3.16) e absolutamente inerrante e inspirada e infalível.Ensinamos que a interpretação das Escrituras deve ser feita sob ótica literal, gramática-histórica, com exceção dos trechos que clara e irrefutavelmente indicam ser simbólicos.Ensinamos que a Bíblia constitui a única regra infalível de fé e prática (Mateus 5.18; 24,35; JO 10.35; 16.12,13; 17.17; I CO 2.13; II Tm 3.15-17; Hb 4.12: II Pe 1.20,21).Nós ensinamos que Deus falou em Sua Palavra escrita por um processo de dupla autoria. O Espírito Santo deste modo inspirou e supervisionou os autores humanos que, apesar de suas personalidades individuais e estilos diferentes de escrita, compuseram e registraram a Palavra de Deus para o homem (II Pe 1.20,21), sem erros na sua totalidade ou até mesmo parciais (Mt 5.18; II Tm 3.16).Nós ensinamos que, apesar da possibilidade de se haver muitas aplicações sobre um determinado texto das Escrituras, há, contudo, uma única e verdadeira interpretação, a “Hermenêutica de Deus” e este significado singular das Escrituras é encontrado à medida que alguém se aplica no método de interpretação literal (gramática-histórica) sob a iluminação do Espírito Santo (Jo 7.17; 16.12-15; I Co 2.7-15; I Jo 2.20), cuidando de explicar corretamente qualquer linguagem figurativa ou retórica.É responsabilidade do crente descobrir qual é o significado e a verdade pretendida pelas Escrituras, reconhecendo que qualquer que for a “descoberta”, esta deve ser idêntica a todos os homens, de todas as gerações ou de qualquer contexto cultural, econômico, social, educacional, etc.
Deus
Nós ensinamos que há um só Deus vivo e verdadeiro (Dt 6.4; Is 45.5-7; I Co 8.4), um Ser Infinito e Conhecedor de todas as coisas. Perfeito em todos os seus atributos; Um em essência, mas eternamente existente em três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19; II Co 13.14), cada um merecedor igualmente de adoração e obediência.
Deus Pai
Nós ensinamos que Deus Pai, a primeira pessoa da Trindade, ordena e dispõe todas as coisas de acordo com o seu propósito e graça (Sl 145. 8-9: I Co 8.6). Ele é o Criador de todas as coisas (Gn 1.1-31; Ef 3.9). Como o Único, o Absoluto e Onipotente Regeenter do universo, Ele é Soberano na criação, na providência e redenção (Sl 103.19; Rm 11.36). Ele continuamente sustenta, dirige e governa todas as criaturas e eventos (I Cro 29.11). Em sua Soberania Ele não é, contudo, o autor do pecado (Hb 1.13; Jo 8.38-47), nem deixará de exigir a contabilidade moral das criaturas inteligentes (I Pe 1.17). Ele salva do pecado todo aquele que vai a Ele através de Jesus Cristo, que tornam-se seus filhos através da fé em Jesus. (I Jo 1.12; Rm 8.15; Gl 4.5; Hb 12.5-9).
Deus Filho
Nós ensinamos que Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade, possui todas as prerrogativas divinas, sendo Co-igual, Consubstancial e Co-Eterno com o Pai (Jo 14.9). Nós ensinamos que o Deus Pai criou os Céus e a terra e tudo o que neles há, de acordo com a Sua vontade, através de Seu Filho, Jesus Cristo, por quem todas as coisas continuam a existir e a operar (Jô 1.3; Cl 1.15,17; Hb 1.2).Nós ensinamos que na encarnação Deus tornou-se homem. Ele colocou de lado todas as prerrogativas da sua Deidade, tomando a forma de servo, mas sem deixar de possuir, em Sua vida terrena, a totalidade da essência Divina. Isto é, Ele não perdeu nada, em grau ou substância, a plenitude da divindade, ao deixar de usar os atributos inerentes a Ele como Deus, pois Ele é Deus Eterno (Is 9.6), e a qualidade do eterno é inextinguível.Na encarnação, a segunda pessoa eternamente existente da Trindade, incorporou todas as características da humanidade e tornou-se Deus-homem (Fp 2.5-8; Cl 2.4).
Ensinamos, portanto, que Jesus Cristo representa a Humanidade e a Divindade em uma unidade indivisível (Mq 5.2; Jo 5.23; Cl 2.9).Nós ensinamos que o Senhor Jesus Cristo nasceu de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.23; Lc 1.26-35), que foi o Deus encarnado (Jo 1.1,14) e que o propósito da encarnação foi revelar Deus (Jo 1.18; 14.9,10), redimir o homem e governar sobre o Reino de Deus (Sl 2.7-9; Is 9.6; Jo 1.29; Fl 2.9-11; Hb 7.25,26; I Pe 1.18,19).Ensinamos que o ministério terreno efetuado por Jesus, foi executado sob a unção do Espírito Santo: “Pois o Espírito do Senhor é sobre mim, porque Ele tem me ungido para pregar o Evangelho aos pobres, Ele tem me enviado para curar os quebrantados de coração, para pregar libertação aos cativos, dar vista aos cegos e colocar em liberdade os que estão presos” (Lc 4.18). “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com Ele” (Atos 10.38).
Ensinamos que o Senhor Jesus Cristo efetuou nossa redenção através do sangue derramado na sua morte sacrificial sobre a cruz; e que esta morte foi voluntária, vicária, propiciatória e redentiva (Jo 10.15; Rm 3.24,25; 5.8; I Pe 2.24). Ele viveu uma vida irrepreensível, totalmente sem pecado, a qual satisfez plenamente a justiça de Deus.Ensinamos que baseados na eficácia da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, o pecador crente é livre da punição, da penalidade e do poder do pecado; sendo declarado justo, possuidor da vida eterna e adotado na família de Deus (Rm 3.25; 5.8,9; II Co 5.14,15; I Pe 2.24; 3.18).Ensinamos que a nossa justificação foi garantida por sua literal ressurreição física da morte e que está agora assentado do lado direto do Pai, de onde intercede por nós como nosso Advogado e Sumo Sacerdote (Mt 28.6; lc 24.38-39; At 2.30,31; Rm 4.25; 8.34; I Tm 2.5; Hb 7.25; 9.24; I Jo 2.1).Ensinamos que a ressurreição de Jesus Cristo foi mais uma confirmação da sua Deidade e através dele Deus deu provas de que havia aceitado a obra expiatória de Jesus na cruz. Sendo que a ressurreição corporal de Jesus é também uma garantia da ressurreição futura de todos os crentes (Jo 5.26-29; 14.19; Rm 1.4; 4.25; 6.5-10; I Co 15.20,23).Ensinamos que Jesus retornará para arrebatar a Igreja e que posteriormente implantará seu reino Milenar sobre a terra (At 1.9-11; I Ts 4.13-18; Ap 20).Ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é Aquele pelo qual Deus julgará a humanidade (Jo 5.22,23).
Deus, Espírito Santo
Ensinamos que o Espírito Santo é uma pessoa Divina, eterna, infinita, possuindo todos os atributos de uma personalidade da Deidade, incluindo intelecto (I Co 2.10,13), emoção (Ez 4.30), vontade (I Co 12.11); eternidade (Hb 9.14); onipresença (Sl 139.7-10); onisciência (Is 40.13,14); onipotência (Rm 15.13); e verdade (Jo 16.13). Em todos os divinos atributos, Ele é Co-igual e Consubstancial com o Pai e o Filho (Mt 28.25,26; I Co 12.4-6; 2Co 13.14; Hb 10.15-17), que Ele é Deus (At 5.3,4).Ensinamos que um trabalho singular do Espírito Santo começou no Pentecostes, quando Ele veio do Pai como uma promessa de Cristo (Jo 14.16,17; 15.26) para iniciar e completar a edificação do Corpo de Cristo (I Co 12.13). O campo de ação da Sua divina atividade inclui convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo; glorificar o Senhor Jesus Cristo e transformar os crentes à imagem do Filho de Deus (Jo 16.7-9; At 1.5; 2.4; Rm 8.29; II Co 3.18; Ef 2.22).Ensinamos que o Espírito Santo é uma pessoa sobrenatural e soberana, na regeneração, batizando todos os crentes no corpo de Cristo (I Co 12.13). O Espírito Santo também é Aquele que santifica, instrui, dirige e os enche de poder para o serviço; e sela os crentes para o dia da redenção (Rm 8.9; II Co 3.6; Ef 1.13).Ensinamos que o Espírito Santo é o Instrutor Divino, que guiou, os apóstolos e profetas em toda a verdade quando eles estavam escrevendo a revelação de Deus, a Bíblia. Cada crente possuí em seu ser, a presença do Espírito Santo desde o momento da salvação, e que é obrigação de todo nascido de novo ser cheio do Espírito Santo (Jo 16.13; Rm 8.9; Ef 5.18; II Pe 1.21; I Jo 2.20,27).Como membros da igreja evangélica Assembléia de Deus, pioneira na prática pentecostal, ensinamos a atualidade e a necessidade, para o serviço, do batismo no Espírito Santo , operação dos dons espirituais, e a evidência do fruto do Espírito na vida do obreiro.Cremos ser línguas estranhas a evidência inicial de que a pessoa foi batizada no Espírito Santo.Defendemos também o direito, baseadas na tradição histórica e pioneira da nossa denominação e também por entender que possuímos base bíblica, de continuar a chamar esta segunda experiência de batismo no Espírito Santo, em vez de “plenitude”, “enchimento”, “santificação” ou qualquer outra nomenclatura usada por grupos recentes pentecostais, por carismáticos, por neo-pentecostais ou por não pentecostais.Ensinamos também que a manifestação do Espírito Santo através das línguas, profecia, interpretação, dons de cura, palavra de sabedoria, discernimento de espíritos ou outros dons, são essenciais ao serviço ministerial.
O Homem
Ensinamos que o homem foi criado por Deus em sua imagem e semelhança. O homem foi criado livre do pecado, com uma natureza racional, intelectual, volitiva e moralmente responsável perante Deus. (Gn 2.7; 15.25; Tg 3.9).Ensinamos que a intenção de Deus na criação do homem foi que este pudesse glorificá-lo, mantendo comunhão com Ele e fazendo a Sua vontade (Is 43.7; Cl 1.16; Ap 4.11).Ensinamos que no pecado de desobediência de Adão, o homem perdeu sua inocência, trazendo a penalidade da morte física e espiritual, tornando-se merecedor da ira de Deus. Assim a queda de Adão deixou o homem totalmente incapaz de escolher ou fazer o que é aceitável diante de Deus. Com a natureza pecaminosa e sem poder que o capacite a recuperar-se por si só, o homem ficou irremediavelmente perdido. A sua salvação é unicamente através do trabalho redentivo de Jesus Cristo (Gn 2.16,17; 3.1; Jo 3.36; Rm 3.23; 6.23; I Co 2.14; Ef 2.1-3; I Tm 2.13-14; I Jo 1.8).Ensinamos que pelo fato de todos os homens procederem de Adão, todos herdaram a sua natureza corrompida, sendo Jesus a única exceção. Todos os homens são pecadores por natureza, escolha e ação individual ( Sl 14.1-3; Jr. 17.9; Rm 3.9-18,23; 5.10-12).
Salvação
Ensinamos que a salvação é totalmente pela graça de Deus, fundamentada na redenção de Jesus Cristo, no mérito do seu sangue derramado, e não por méritos pessoais ou obras (Jo 1.12; Ef 1.7; 2.8-10; I Pe 1.18,19).Ensinamos que a justificação (Rm 8.33) é um ato pelo qual Deus declara justos todos aqueles que através da fé em Jesus arrependeram-se dos seus pecados (Lc 13.3; At 2.38; 3.19; 11.18; Rm 2.4; II Co 7.10; Is 55.6,7) e confessam-no como Soberano Senhor (Rm 10.9,10; I Co 12.3; II Co 4.5; Fp 2.11). Esta justiça é separada de qualquer virtude ou obra humana (Rm 3.20; 4.6), e consiste em aceitar o sacrifício vicário de Jesus para a redenção dos nossos pecados (Cl 2.14; I Pe. 2.24) e imputar a justiça de Cristo a nós (I Co 1.30; II Co 5.21).Ensinamos que a regeneração é um trabalho sobrenatural do Espírito Santo através do qual uma natureza e uma vida divina é dada (Jo 3.3-7; Tt 3.5). É instantânea e executada unicamente pelo poder do Espírito Santo através da instrumentalidade da Palavra de Deus (Jo 5.24), quando o pecador arrependido, responde em fé à divina provisão da salvação. A genuína regeneração é manifestada por frutos dignos de arrependimento ao se demonstrar atitudes e condutas condizentes com o testemunho cristão. É através da regeneração, ao receber uma nova natureza, que o homem se habilita a viver uma vida que vença ao pecado e agrade a Deus (Jo 3. 3-7; I Co 6.19-20; Ef 2.10; 5.17-21; Fp 2.12; Cl 3.16; II Pe 1.4-10).Ensinamos de acordo com as Assembléias de Deus no Brasil, a doutrina da eleição condicional, a qual é baseada no exercício individual do livre arbítrio de cada homem. Entendemos ser a eleição um ato baseado na presciência de Deus, pelo qual Ele escolheu em Jesus Cristo para a salvação todos aqueles que de antemão sabia que O aceitariam, isto é, somos eleitos em Cristo, porque decidimos aceitá-lo (Ef 1.4; I Pe 1.1,2; II Tm 1.9).Ensinamos ser a eleição baseada na presciência divina, sendo conseqüência de uma fé prevista por Deus. (Discordamos da eleição incondicional do Calvinismo, onde a fé é fruto e vidência da eleição – os indivíduos são eleitos para crer, e não porque hão de crer). De acordo com o nosso ensino, a eleição incondicional fere o senso de justiça de Deus e a responsabilidade do homem. Como falar em julgamento onde não houve exercício da liberdade? Além do mais vemos na Bíblia que Cristo morreu por todos os Homens, (I Tm 2.4,6; Hb 2.9; I Jo 2.2; II Pe 3.9), sendo a vontade divina que todos sejam salvos (Mt 11.28; Rm 10.13). Estes convites seriam hipocrisia divina se a aceitação deles dependesse unicamente de uma assistência eficaz por parte de Deus. E o que fazer com exortações que inspiram a atividade missionária e a pregação do Evangelho a todas os perdidos? Retiraríamos da nossa Bíblia Mc 16.15,16?Assim sendo, na eleição condicional Deus e o homem cooperam mutuamente no processo de salvação (que o homem é ativo na conversão podemos ver pelas seguintes passagens: Is 55.7; Jr 18.11; Ez 18.23-32; 33.11; At 2.38; 3.19; 17.30).As seguintes referências sustentam a nossa posição da eleição condicional: Mt 7.24; Mt 25.34-40; I Sm 2.30; Jo 3.10; Mt 10.32; 11.28; Mc 8.38; 11.3,6; Lc 9.23; At 2.21; 10.43; 17.30; Rm 1.16; 10.13,14; I Tm 2.3,4; Ap 3.20; 22.17.Ensinamos que cada crente, no mesmo instante em que aceita a Jesus é declarado posicionalmente santo. Esta santidade não poderá ser confundida com a santificação progressiva, mas é uma posição, não tendo nada a ver com a sua presente condição (At 20.32; I Co 1.2,30; 6.11; II Ts 2.13; Hb 2.11; 3.1; 10.10,14; 13.12; I Pe 1.2).Ensinamos também que através da operação do Espírito Santo, há uma santificação progressiva, pela qual se procura igualar o padrão presente de comportamento ao do estado posicional de santidade. Através da obediência à Palavra de Deus e através do poder do Espírito Santo, o crente é capaz de viver uma vida de santificação progressiva, na qual vai crescendo mais e mais, até a estatura de varão perfeito (Ef 4.13; Jo 17.17,19; Rm 6.1-22; II Co 3.18; I Ts 9.3-4; 5.23).Ensinamos que cada pessoa salva está envolvida em um conflito diário (a nova criação em Cristo guerreia contra a carne). Ressaltamos que a provisão para a vitória é conseguida através do domínio do Espírito Santo (Rm caps. 7 e 8). O conflito contudo, entre a carne e o espírito, estará sempre presente (a menos que o crente morra ou seja arrebatado). Não aceitamos, portanto, a Teologia da erradicação do pecado da natureza humana, após a pessoa haver aceitado a Jesus, por entender que a mesma não tem fundamento escriturístico. O que o Espírito Santo faz não é a erradicação do pecado mas é providenciar vitória sobre o poder do pecado (Gl 5.16-25; Ef 4.22-24; Fp 3.12; Cl 3.9,10; I Pe 1.14-16; I Jo 3.5-9).
A Igreja
Ensinamos que todo aquele que colocar sua fé em Jesus Cristo, fará parte imediatamente da unidade do seu Corpo Espiritual, a Igreja (I Co 12.12,13), a qual é também chamada sua noiva (II Co 11.2; Ef 5.23-32; Ap 19.7,8); e da qual Cristo é a cabeça (Ef 1.22; 4.15; Cl 1.18).Ensinamos que a Igreja, o Corpo de Cristo, começou formalmente no dia de Pentecostes (At 2.1-21, 38-47) e Ela estará de pé (Mt 16.18) até que Cristo venha, e haja o seu rapto (I Co 15.51,52; I Ts 4.13-18).Ensinamos que a Igreja é um organismo espiritual designado por Cristo, formada por todos os nascidos de novo na presente época (Ef 2.11 – 3.6). Entendemos que o estabelecimento e a continuidade das Igrejas locais é ensinada no Novo Testamento (At 14.23,27; 20.17,28; Cl 1.2; Fp 1.1; I Ts 1.1; II Ts 1.1).Ensinamos que os líderes devem dirigir a Igreja como servos de Cristo (ITm 5.17-22). E como eles tem a autoridade divina na direção da Igreja, espera-se que a congregação se submeta à sua liderança (Hb 13.7,17).Ensinamos como padrão o sistema eclesiástico hierárquico utilizado pela Assembléia de Deus no Brasil. Os vínculos organizacionais se articulam a partir do nível municipal (igreja local – sede e suas congregações), nível estadual (Convenção Estadual), nível nacional (C.G.A.D.B.), nível internacional. Concílio Geral das Assembléias de Deus.Ensinamos que a igreja visível de Cristo é uma congregação de crentes batizados nas águas, que se associam por um pacto na fé e comunhão do Evangelho; que observam as ordenanças de Cristo e são governados por suas leis; que usam os dons, direitos e privilégios a eles concedidos pela Palavra (Mt 18.17; I Co 1.1-13; At 5.11; 8.11; At 11.21; I Co 4.17; 14.23; III Jo; I Tm 3.5; At 2.41,42; II Co 8.5; At 2.17; I Co 5.12; Ef 4).Ensinamos que as duas ordenanças básicas da Igreja são o Batismo nas Águas, que deve ser ministrado por imersão total (Mc 16.16; Mt 28.19; At 2.38; 4.31; 8.12,16; 9.18; 16.15,33; Rm 6.3; Gl 3.27) e a Santa Ceia, que foi instituída pelo Senhor Jesus (Mt 26.17-19; Lc 22.14-23; Jo 13.30; I Co 11.23-26; I Co 5.7).Ensinamos que o propósito fundamental da Igreja se identifica com o de Deus, o qual é: procurar e salvar o perdido. Deste modo entendemos a razão prioritária de ser da Igreja, é de servir como agência de Deus na evangelização do mundo (At 1.8; Mt 28.19,20; Mc 16.15,16), e ser um canal na edificação de vidas que estão sendo aperfeiçoadas à imagem de Cristo (Ef 4.11-16; I Co 12.28; 14.12).Ensinamos que a igreja Assembléia de Deus procura se assemelhar em tudo aos padrões apostólicos do Novo Testamento, enfatizando tanto uma vida cheia do fruto como dons do Espírito. Por isto, ressaltamos a importância na Igreja local, de um aprofundamento na Palavra, balanceando com a procura dos dons, encorajando a todos os crentes que sejam batizados no Espírito Santo e falem em outras línguas (Gl 5.16-26; I Co 12-14).
Os Anjos
Ensinamos que os anjos são seres criados, não devem portanto ser adorados. Foram criados para servir e adorar a Deus (Lc 2.9-14; Hb 1.6,7,14; 2.6,7; Ap 5.11-14; 19.10; 22.9).Ensinamos que Satanás também é um anjo criado e autor do pecado. Ele mereceu o julgamento de Deus por rebelar-se contra seu Criador (Is 14.12-17; Ez 28.11-19). Na ocasião da sua queda levou consigo muitos anjos (Mt 25.4; Ap 12.1-14) e foi responsável direto quando tentou Eva e o pecado foi introduzido na raça humana (Gn 3.1-15).
Ensinamos que Satanás e seus anjos são inimigos declarados de Deus e dos homens (Is 14.13,14; Mt 4. 1-11; Ap 12.9-10). Que ele é o Príncipe deste mundo, mas que tem sido derrotado através da morte e ressurreição de Jesus (Rm 16.20), e que será eternamente punido no lago de fogo (Is 14.12-17; Ez 28.11; Mt 25.41; Ap 20.10).
O Inferno
Ensinamos que o inferno é um lugar real e que é a habitação e a condição final dos pecadores. Assim como o céu é um lugar, tendo sua localização difinida, assim também é o inferno. Isso é visto pelo fato que é representado como possuidor de habitantes. Seus habitantes possuem alma e corpo (Lc 16,28; Ap 20.14; 21.8).O inferno é apresentado como lugar de tristeza e desespero (Lc 13.28; Mt 25.30)., lugar de infortúnio e tormento (Ap. 14.11; 20.10), lugar de trevas e degradação (Mt 25.30; Ap 22.11a).Ensinamos que quem vai para o inferno: Satanás e seus anjos (Mt 25.41), o anticristo e o falto profeta (Ap 20.10), os ímpios e incrédulos (Ap 21.8). Neste lugar, o castigo tem um caráter eterno (Mt 25.46; Mc 3.29; II Tes 1.9).
Escatologia
A Morte
Ensinamos que a morte é a separação entre a alma e o corpo (Fp 1.23), e nela não está envolvida a perda da consciência imaterial (Ap 6.9-11), pois a alma do redimido passa imediatamente à presença de Cristo (Lc 23.4; Fp 1.23; II Co 5.8). Esta separação continuará até o rapto da igreja (I Ts 4.13-17), onde se dará a primeira ressurreição e onde ocorrerá a reunificação da nossa alma e corpo, os quais serão glorificados para sempre (Fp 3.21; I Co 15.35-44,50-54). Até aquele momento da glorificação, as almas dos redimidos em Cristo estarão gozando da comunhão com Ele (II Co 5.8).Ensinamos a ressurreição corporal de todos os homens; os salvos para a vida eterna (Jo 6.39; Rm 8.10-11, 19-23; II Co 4.14); e os não-salvos para o julgamento e punição eterna (Dn 12.2; Jo 5.29; At 20.13-15).Ensinamos que as almas dos não salvos, são guardadas sob punição até a segunda ressurreição (Lc 16.19-26; Ap 20.13-15), quando a alma e o corpo ressurretos serão unidos (Jo 5.28,29). Eles comparecerão então para julgamento diante do grande Trono Branco (Ap 20.11-15), e serão lançados ao inferno, no Lago de Fogo (Mt 25.41-46), e cortados da vida e da presença de Deus para sempre (Dn 12.2; Mt 25.41-46; II Ts 1.7-9).
O Rápto da Igraja
Ensinamos o retorno pessoal e corporal do Senhor Jesus Cristo antes dos sete anos da tribulação (I Ts 4.16; Tt 2.13), para transladar Sua Igreja da Terra (Jo 14.1-3; I Co 15.51-53; I Ts 4.15; 5.11), é entre esse evento de Seu retorno glorioso com os Santos, no fim do período da tribulação, que haverá o galardoamento dos crentes de acordo com suas obras, no evento que chamamos de “Bodas do Cordeiro” (I Co 3.11-15; II Co 5.10).
A TRIBULAÇÃO – Ensinamos que imediatamente após a remoção da Igreja da Terra (Jo 14.1-3; I Ts 4.13-18), iniciará um período de julgamento divino sobre o mundo descrente (Jr 30.7; Dn 9.23;12.1; II Ts 2.7-12; Ap 16). Este julgamento findará com o retorno de Cristo em glória (Mt 24.27-31; 25.31-46).
A Segunda Vinda e o Milênio
Ensinamos que, após o período da Tribulação, Cristo retornará à Terra e ocupará o trono de Davi (Mt 25.31; Lc 1.31-33; At 1.10-11; 2.29-30) e estabelecerá Seu Reino Messiânico por mil anos (Ap 20.1-7). Durante esse tempo, os Santos ressurretos reinarão com Ele sobre as nações (Ez 37.21-28; Dn 7.17-22; Ap 19.11,16). Este Reino será precedido pela vitória do Cordeiro sobre o Anticristo e o Falso Profeta, e pela remoção de Satanás do mundo (Dn 7.17-27; Ap 20.1-7). Enfatizamos que o Reino Milenar do Senhor será caracterizado por harmonia, justiça, paz, retidão e longa vida (Is 11; 65.17-25; Ez 36. 33-38). Este reino findará com a libertação de Satanás (Ap 20.7)
O Julgamento dos Perdidos
Ensinamos que após o Milênio, Satanás será solto (Ap 20.7), e enganará as nações da terra e as arregimentará à guerrearem contra os santos e a cidade amada. Neste ponto, Satanás e seu exército serão destruídos por fogo vindo do céu (Ap 20.9). A seguir Satanás será lançado no lago de fogo e enxofre (Mt 25.41; Ap 20.10). E então Cristo, que é o juiz de todos os homens (Jo 5.22), julgará no Grande Trono Branco, os grandes e pequenos que ressuscitarão para serem julgados.Esclarecemos que esta é a ressurreição para julgamento dos que morreram sem salvação (Rm 14.10-13). Todos os ressurretos aqui serão julgados e condenados a uma punição consciente e eterna no lago de fogo (Mt 25.41; Ap 20.11-15).
A Eternidade
Ensinamos que, após o julgamento dos não salvos (Ap 20.7-15), os elementos desta terra serão destruídos (II Pe 3.10) e aparecerá um novo céu e uma nova terra onde habita a justiça (Ef 5.5; Ap 20.15, 21,22). A seguir, a Nova Jerusalém descerá dos céus (Ap 21.2) e será o local de habitação dos santos, onde gozarão a eterna comunhão com Deus (Jo 17.3; Ap 21.22).
IBAD-INSTITUTO BÍBLICO DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS
O ponto de vista de que os Batistas têm a mesma base doutrinária dos Protestantes não é verídica. Há seis diferenças marcantes.
1. Batistas crêem com todo o coração que somente a Palavra de Deus é suficiente para toda a nossa fé e pratica. Lemos em II Tm. 3:16 que "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça.." As denominações Protestantes têm credos, catecismos e vários padrões doutrinarias. Os Batistas usam somente a Bíblia.
2. Batistas crêem que Cristo e somente Cristo é a Cabeça da Igreja como está escrito "Cristo é a cabeça da igreja," Ef. 5:23. Não há um homem sequer que tem a superintendência das Igrejas Batistas. Batistas não têm denominação no sentido de uma organização que controla as congregações locais. Cada igreja local é autônoma e sujeita somente a Cristo, Sua Cabeça. Uma igreja Batista, mesmo confraternizando-se com outras congregações da mesma fé e ordem, não tem matriz ou Santa Sé aqui na terra. Não tem quartel general aqui, mas sim no céu.
3. Batistas crêem de coração numa igreja livre e num estado livre. Cristo ensinou que tanto o estado, como a igreja, tem seu devido lugar. "Daí pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus," Mt. 22:21. Os Batistas são contra a união do Estado com a Igreja. Crêem que a igreja controlada pelo estado é uma desculpa miserável de cristianismo e uma clara apostasia às Escrituras. Todos os Reformadores Protestantes fizeram igrejas estatais para seus seguidores.
4. Os Batistas crêem fortemente na responsabilidade individual a Deus, porque as Escrituras ensinam claramente que "Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus," Rm. 14:12. Um sacerdote não pode se responsabilizar por você, e a igreja também não. Os padrinhos idem. Ninguém é salvo por quilo que os pais crêem. Ninguém é salvo pela identificação com uma religião. Cada um dará conta de si mesmo a Deus. Na sua maioria os Protestantes não crêem nesta doutrina bíblica.
5. O povo Batista também sempre tem crido no batismo da pessoa convertida. Nenhum dos Reformadores creu neste ensino da Bíblia. Nas Escrituras, a fé e o arrependimento sempre precedem o batismo. No dia de Pentecostes, Pedro claramente disse ao povo, "Arrependei-vos...e seja batizado,"At. 2:38. Isto significa evidentemente que não havia batismo infantil porque as crianças não são capazes de arrependimento. Nenhum descrente deve ser batizado. Os Reformadores seguiram Roma no seu ensino sobre batismo. Os Batistas têm se agarrado à doutrina de Cristo e Seus Apóstolos, neste ponto.
6. Os Batistas, baseados nas Escrituras, sempre tem crido numa igreja feita de regenerados, isto é, somente dos que fazem clara profissão de fé. Na igreja apostólica somente os crentes, os que receberam a Palavra de Deus e que tinham se arrependido dos seus pecados podiam ser batizados e fazer parte da igreja, At. 2:41. Não se une à igreja automaticamente ou através de terceiros. Nas Igrejas Batistas de hoje também é assim. Reconsiderando-se estes pontos simples, é mais do que claro concluir que os Batistas não são Protestantes em suas doutrinas.
Algumas simples observações indicam que os Batistas diferem radicalmente dos Protestantes em vários pontos. Os Protestantes olham para algum homem como seu Fundador, muitas usando seu próprio nome no nome da Igreja. Os Luteranos vem do Martinho Lutero. Os Reformados de João Calvino. Os Presbiterianos de João Knox. Os Metodistas abertamente dizem que o seu Fundador foi João Wesley. Mas quem fundou as Igrejas Batistas? Eis a pergunta histórica digna de investigação séria. É impossível achar um só homem que deu começo às Igrejas Batistas. Porem, se vamos usar nomes de fundadores humanos, devemos olhar para Pedro, Paulo, Tiago e João etc.
Somos diferentes dos Protestantes, em nosso lugar natalício. Os Luteranos vieram de Alemanha, os Reformados de Suíça e os Paises Baixos, os Presbiterianos de Escócia, os Episcopais de Inglaterra, mas os Batistas teriam que dizer que a sua origem é Jerusalém.
Além disso, o credo dos Batistas não é a Confissão de Augsburg, os Canons de Dort, ou a Confissão de Westminster, mas a simples Palavra de Deus. Assim é impossível identificar os Batistas como Protestantes.
Os Batistas nunca foram ligados aos Protestantes e nunca foram identificados com a Igreja Católica Romana. Antes e depois da Reforma, mantiveram sua identidade e foram fiéis às Escrituras. Os Batistas verdadeiros mantêm os claros ensinos de Jesus e Seus Apóstolos. Por estas doutrinas, dadas por Deus, eles estavam e estão prontos a morrer se for necessário. Hanz Denk, um Batista do século 16 disse, "Fé significa obediência à Palavra de Deus, seja para viver, seja para morrer." Para muitos, era morte.
Em menos de dez anos, houve 900 execuções de Batistas em Rottenburg nos dias da Reforma. Estas mortes muitas vezes eram ferozes e cruéis. A sentença para um crente Batista, Michael Sateler, reza assim: "Michael Sateler será entregue ao carrasco, que vai levá-lo ao lugar de execução e cortar fora sua língua; ele o jogará numa carroça e duas vezes arrancar a suas carnes com pinças quentes; depois vai levá-lo ao portão da cidade e torturar sua carne da mesma maneira." E assim que Sateler morreu, em Rottenburg 21 de maio de 1527, sua esposa e outras mulheres foram afogadas e muitos
homens foram degolados.
Os Batistas não são Protestantes mas guardam firmemente os preceitos e práticas de Cristo e seus Apóstolos. Os Batistas crêem que a pura Palavra de Deus é autoridade suficiente para tudo. Os Batistas rejeitam todas as tradições e práticas que foram inventadas desde o tempo dos Apóstolos.